Analistas defendem fortalecimento (e não esvaziamento) do Fundo Amazônia

Fundo Amazônia fortalecimento x esvaziamento

Em Madri, Fabíola Ortiz resolveu questionar governos e representantes da sociedade civil sobre a viabilidade de um novo Fundo Amazônia – uma das obsessões do ministro do meio ambiente Ricardo Salles.  O resultado, publicado pelo UOL, foi uma coletânea de motivos pelos quais isso não deveria ser (e provavelmente não será) feito.

Uma funcionária do ministério de meio ambiente italiano disse que ainda há muita “cautela” para entender a posição brasileira. “Especialmente após o que disse o presidente Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, estamos esperando ainda para ver como vão atuar”.

O especialista espanhol em temas agroflorestais, Jose Gomez, disse que “se for uma cópia do Fundo Amazônia, não teria sentido, mas teríamos que ver primeiro quais são os objetivos. O lançamento sem conhecer bem o objetivo e o destino desses recursos provoca um pouco de confusão [nos outros países]”.

André Guimarães, do IPAM, destacou se não forem criadas as condições para que recursos sejam captados e administrados de forma transparente, com engajamento da sociedade, não será possível criar parcerias internacionais. “Se eu fosse um doador, teria muita insegurança em colocar recursos no Brasil sem saber como esse recurso vai ser aplicado”, sintetizou.

Carlos Rittl, do Observatório do Clima, ressaltou que “é difícil imaginar que haja um país que vá assinar um cheque em branco para ser aplicado numa agenda que está provocando a destruição da Amazônia”.

Tasso Azevedo, do MapBiomas, questionou: “Como você vai falar para alguém pôr dinheiro em um fundo que você está criando, se você está jogando fora um outro que tem em caixa mais de R$ 2 bilhões de reais?”.

Fernanda Viana de Carvalho, do WWF-Brasil, disse que a comunidade internacional tem reagido com “surpresa”. “A gente realmente não entende qual seria o propósito desse fundo. O Fundo Amazônia funcionava bem, estava cumprindo sua missão. O aporte anual era de, pelo menos, quatro vezes o montante que Ricardo Salles colocaria no novo. E qual seria realmente o valor agregado desse novo fundo? Isso, até agora, não apareceu”.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2019.

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