Ruralistas não conseguem reuniões com europeus na COP25

delegação brasileira na COP25

Do lado de dentro do espartano escritório da delegação brasileira na COP25, uma bandeira do Brasil com os dizeres, em inglês, “Produtores Rurais Brasileiros – O Grande Parceiro Ambiental”: uma escandalosa demonstração de como o Estado brasileiro está capturado por interesses setoriais.

Do lado de fora, porém, frio. E não se trata das baixas temperaturas de uma Madri às vésperas do inverno europeu. Segundo interlocutores do agronegócio relataram a Ana Carolina Amaral, do blog Ambiência, os representantes do setor ficaram deslocados depois de ouvir mais críticas do que esperavam de outros países. Eles contaram que as reações internacionais mostram uma preocupação central com o desmatamento, vinculado às exportações de madeira, soja, gado e, mais recentemente, também de cana-de-açúcar. Questionado sobre as reuniões com os europeus, o deputado o deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) informou que a bancada não conseguiu realizar nenhuma reunião bilateral com outros países. Outros representantes do setor confirmaram a informação.

Representantes do setor também relataram constrangimento ao saber que o Brasil não tinha um estande oficial no pavilhão da conferência em que os países promovem suas ações e eventos. Segundo um empresário do agronegócio, a imagem do país “encolheu” na COP.

Por outro lado, os ambientalistas estão sendo procurados pelos países europeus para as reuniões bilaterais. O deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, conta ter realizado encontros bilaterais com parlamentares de dez países europeus, entre eles Suécia, Alemanha, Holanda e Espanha. “Já havia recebido delegações europeias no meu gabinete em Brasília e as conversas continuam aqui”, diz.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2019.

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