Gases de efeito estufa são os grandes responsáveis pelo aumento da temperatura no Sudeste do Brasil 

temperatura Sudeste

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) e da Universidade de Edimburgo, do Reino Unido, obteve um indício contundente de que o aumento detectado de 1,1°C na temperatura da região Sudeste do Brasil entre 1955 e 2004 se deve, principalmente, ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa.

As conclusões se baseiam em observações climáticas da superfície e em 34 simulações da temperatura no Sudeste do Brasil nas últimas décadas, obtidas de modelos climáticos do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados, Fase 5 (CMIPC5), usado pelo IPCC. Outros estudos de detecção de aquecimento de longo prazo foram feitos no Brasil, mas não havia um resultado de atribuição em escala regional, como este do Sudeste, com resultados mais contundentes e que incorporassem incertezas e distinguissem causas diferentes.

Como os autores lembram no estudo, essa região é especialmente vulnerável às mudanças climáticas, uma vez que abriga mais de 40% da população brasileira e é responsável por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com uma ampla gama de atividades econômicas.  A elevação da temperatura média da região contribui para aumentar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como inundações, secas e ondas de calor. O estudo, porém, não atribui totalmente ao efeito estufa o aumento registrado na temperatura de, aproximadamente, 3°C notado em São Paulo entre 1940 e 2010.

O estudo foi noticiado pela Agência FAPESP e publicado na revista Geophysical Research Letters.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2019.

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