Acordos comerciais não salvam a floresta, mas podem ajudar

política ambiental

No primeiro debate do Parlamento Europeu sobre o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, foram feitas várias manifestações de desconfiança em relação à política ambiental brasileira. Estavam em discussão, as cláusulas de salvaguarda que permitiriam rejeitar produtos causadores de impactos ambientais, em especial os associados ao desmatamento, e a violações de direitos humanos.

Jamil Chade, no UOL, destaca a declaração de Cecilia Malmstrom, comissária de Comércio da UE: “Um acordo comercial sozinho não salvará a Amazônia (…) [mas] se sairmos do acordo, seria melhor? Ou seria melhor ter acordos vinculantes, como o de salvar o Amazonas?”

Mas a preocupação dos parlamentares vai além do Mercosul e mira no combate ao desmatamento em todo o mundo. Eles estudam controles e restrições às cadeias de produtos associadas ao desmatamento: madeira, soja, carne, óleo de palma, cacau e até café.

Um artigo da Climate Change News cita um estudo da FAO que atribui 80% do desmatamento à expansão da agropecuária.

Anteontem, a Comissão Europeia divulgou seu comunicado sobre aumentar as ações contra o desmatamento, reconhecendo que, no papel de grande importador de commodities agrícolas e florestais, a Europa “é parte do problema, mas também pode ser parte da solução.”

Um artigo da EU Observer destaca o muito pouco que as grandes corporações estão fazendo para limpar suas cadeias de suprimento, e que as regulações europeias deviam colocar pressão sobre estas.

Clóvis Borges, da SPVS, escreveu um artigo no JB, também colocando a responsabilidade da outra ponta das cadeias de suprimentos. Mas termina de maneira bem mais enfática: “Ao que tudo indica, a administração federal apenas declinará de seus desatinos absurdos contra o meio ambiente a partir de imposições de ordem econômica internacional e em grande escala. Posições que revertam a conduta desviada dos maiores responsáveis por essas atitudes – os influentes setores da iniciativa privada que sustentam o desmanche da política ambiental do país.”

 

ClimaInfo, 24 de julho de 2019.

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