ClimaInfo, 23 de novembro de 2017

ClimaInfo mudanças climáticas

REPERCUSSÕES DO ANÚNCIO DE DESINVESTIMENTO FÓSSIL FEITO PELO FUNDO SOBERANO DA NORUEGA

Em um movimento que vai acabar respingando na Petrobras, o Fundo Soberano da Noruega (US$ 1 trilhão em ativos) solicitou ao governo do país autorização para desinvestir (vender suas ações) de empresas de petróleo e gás. Os gestores do Fundo disseram que querem diversificar seus investimentos. Para o New York Times, isto mostra que “nem o produtor europeu dominante tem plena confiança no futuro do petróleo”.

Como a gestão de ativos na região nórdica é dominada pelo Fundo norueguês, a Bloomberg foi atrás das reações de fundos institucionais da Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia que, juntos, administram US$ 670 bilhões. Abaixo um pouco do que disseram:

– Sasja Beslik, do Nordea Bank AB, que gerencia US$ 250 bilhões, disse que o Fundo Soberano da Noruega indica claramente “que entramos em um jogo completamente novo”, que o movimento define um “momento seminal” e que “em cerca de 10 anos o petróleo e o gás terão sua participação encolhida a um terço das atuais carteiras“;

– Tobias Fransson, do Fourth Swedish National Pension Fund (US$ 40 bi), diz que o Fundo Soberano da Noruega é um “líder do pensamento” e que “é natural” que todos estejam observando seus movimentos;

– Annika Ekman, da Ilmarinen Mutual Pension Insurance Co, disse que o desinvestimento neste setor já está em andamento e que “o investimento no setor não foi particularmente interessante neste ano”;

– O Second Swedish National Pension Fund (US$ 40 bilhões) disse já ter descartado, desde 2013, 80 empresas devido a “riscos financeiros relacionados ao clima”;

– O Ilmarinen (US$ 46 bilhões), disse tentar avaliar “certas megatendências” e que, no setor de energia, “essa análise aponta para as fontes renováveis”;

– O fundo AP4 diz que “os riscos relacionados ao clima serão um motor de retornos a longo prazo”.

E por aí vai.

Por que dissemos acima que o movimento vai respingar na Petrobras? Porque o Fundo detém mais de US$ 500 milhões em ações da petrolífera brasileira.

https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-11-20/nordic-funds-with-630-billion-react-to-norway-oil-revolution?utm_content=buffer275b7&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

https://www.theguardian.com/business/2017/nov/19/norway-fund-sells-out-of-oil-fossil-fuels-starting-to-look-risky-norges-bank

https://www.nytimes.com/2017/11/16/business/energy-environment/norway-fund-oil.html

 

PROJETO ‘AMAZÔNIA PROTEGE’ DO MPF: PARA VER, ACOMPANHAR E TORCER PARA NÃO ACABAR

O Ministério Público Federal lançou sua plataforma Amazônia Protege para combater o desmatamento ilegal na floresta amazônica. A plataforma foi feita e será mantida em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e a Universidade Federal de Lavras (UFLA). A plataforma usa imagens do satélite Prodes e cruza com o CAR (Cadastro Ambiental Rural), do MMA, com os dados do Sigef (Sistema de Gestão Fundiária), do Incra, e do Programa Terra Legal, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. São utilizados, também, o histórico das operações do Ibama, do ICMBio e outras autarquias.

Do site da plataforma, transcrevemos o resultado esperado: “Com o Amazônia Protege, as áreas com desmatamento ilegal ficam identificadas pelas coordenadas geográficas, com informações disponíveis em site de consulta pública. A coordenada geográfica é o “DNA” da terra. A pesquisa pelas coordenadas permite saber com precisão se na área foi identificado desmatamento ilegal, ainda que o responsável pela terra não tenha restrições de cadastro. Frigoríficos, supermercados e outras empresas podem parar de comprar produtos provenientes desses lugares, deixando de alimentar uma cadeia produtiva predatória. Interessados em adquirir terras na Amazônia podem saber se o local desejado é alvo de ação e, portanto, produto de crime. Sem compradores para os produtos ou para as terras, o desmatador ilegal pode deixar de ter lucro. E se a atividade não for lucrativa, o desmatamento não acontece. Está quebrada a engrenagem do desmatamento ilegal”.

http://www.amazoniaprotege.mpf.mp.br/

http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/amazonia-protege-mpf-lanca-projeto-de-combate-ao-desmatamento-ilegal

https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/mpf-lanca-projeto-de-combate-ao-desmatamento-ilegal-na-amazonia

 

O DESMATAMENTO NO AMAZONAS, SEGUNDO O ‘AMAZÔNIA PROTEGE’

Ontem o Climainfo falou dos mais de 750 processos que o MPF abriu a partir da nova plataforma Amazônia Protege. Um artigo no D24am foi atrás do que diz respeito ao estado do Amazonas. Pela soma das áreas citadas nos processos, o estado é palco do terceiro maior desmatamento ilegal, atrás do Pará e de  Mato Grosso, em 258 áreas distintas onde foram desmatados mais de 33 mil hectares. Pelos processos abertos, o MPF está pedindo multas que somam mais de R$ 500 milhões.

http://d24am.com/amazonas/amazonas-e-o-terceiro-maior-desmatador-do-pais/

 

NO LANÇAMENTO DO AMAZÔNIA PROTEGE, CNA DIZ QUE PRODUTORES PROTEGEM ÁREA MAIOR DO QUE O ESTADO

A Confederação Nacional da Agricultura esteve presente no lançamento da plataforma Amazônia Protege, fez os elogios de praxe e fez questão de afirmar que a área preservada em propriedades particulares era maior do que o total das áreas das Unidades de Conservação e de Terras Indígenas. Muni Lourenço, vice-presidente da entidade, usou dados da Embrapa Monitoramento por Satélite para afirmar que 33% da área das propriedades rurais estão preservadas.

O valor chama a atenção porque dá a impressão de um enorme sacrifício. Mas é preciso lembrar que, só de florestas virgens em terras privadas no bioma amazônico, chega-se a quase 30% da área das propriedades privadas no país inteiro. A conta, assim, é meio malandra. Fora que os dados da Embrapa Monitoramento por Satélite não são muito respeitados nos meios acadêmicos.

Por fim, é sempre bom lembrar que o Código Florestal foi feito e cantado como grande vitória pela CNA e pares. Mas, aparentemente, cumprir a própria lei é motivo de choro e ranger de dentes.

http://www.sistemafaeb.org.br/noticias/detalhe/noticia/cna-participa-do-lancamento-do-projeto-amazonia-protege/

 

AS VISÕES DA PRESIDENTE DO IBAMA, SUELY ARAÚJO

A presidente do Ibama, Suely Araújo, escreveu ontem no Valor sobre a mudança na regra de pagamento das multas ambientais, que agora podem ser parcialmente pagas em serviços ambientais prestados pelo infrator ou pela participação em cotas de projetos escolhidos pelo Ibama e o ICMBio. O objetivo da mudança é reduzir o acúmulo de multas não pagas e reforçar o caixa das autarquias, dado que as (poucas) multas pagas vão parar, majoritariamente, no Tesouro Nacional. É sabido que os maiores devedores são a Petrobras e as empresas de saneamento. Suely diz que o Ibama recebeu a adesão formal da Petrobras e da Sanepar, do Paraná.

Ontem também foi publicada uma entrevista dada por Suely Araújo a Rubens Valente, da Folha de São Paulo. Ela fala dos ataques a pessoas, prédios e materiais do Ibama, dizendo com bastante firmeza que o órgão está cumprindo a lei e que esta tem que ser respeitada. Usa sua experiência ao dizer que conhece bem a realidade da Amazônia, das populações carentes e de suas perspectivas econômicas, mas não aceita a ilegalidade como alternativa justificável. Defende a destruição de máquinas e equipamentos em situações excepcionais dizendo: “A destruição ocorre em apenas 2% das nossas operações no país. Toda destruição é relatada e analisada posteriormente nos processos… É feita em situações bastante específicas e pré-determinadas… Quem tem o material destruído, pode entrar com um pedido de indenização. A gente, porém, em nove anos, nunca recebeu um pedido de indenização, e nunca houve decisão judicial contra o Ibama mandando devolver equipamento”. No final da entrevista, falando sobre a bancada ruralista, Suely pondera que “a bancada ruralista é muito grande e tem parlamentares de todos os tipos. Não gosto muito de rotular como se todos tivessem o mesmo tipo de posicionamento. Assim como no agronegócio. Você tem produtores rurais de grande porte que seguem absolutamente à risca toda a legislação ambiental, principalmente os que mexem com agricultura de exportação. Não sou muito amiga dos rótulos simplificadores, bem ou mal, bandido e mocinho. Tem parlamentares com os quais a gente tem mais atritos em virtude de uma visão de um desenvolvimentismo mais arcaica, mais tradicional, uma visão míope da importância da questão ambiental. Não assimila que a questão ambiental tem a ver com o próprio futuro de todas essas atividades agrícolas”.

http://www.valor.com.br/opiniao/5201273/o-potencial-da-conversao-de-multas-em-servicos-ambientais#

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2017/11/1937143-ataques-e-pressoes-nao-vao-inibir-a-fiscalizacao-diz-presidente-do-ibama.shtml

 

MMA DEMITE PAI DE PLANO DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL UMA SEMANA APÓS SEU LANÇAMENTO

Exatamente uma semana depois do ministro anunciar o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) na COP23, em Bonn, o ministério do meio ambiente demitiu seu idealizador, o ecólogo Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza. O Planaveg é o pilar de uma das promessas feitas ao Acordo de Paris, o restauro e o reflorestamento de 12 milhões de hectares.

A atuação de Scaramuzza foi fundamental na concepção e no “destravamento” da portaria interministerial anunciada com pompa e circunstância por Sarney Filho em Bonn. E o Planaveg foi por muitos considerada a única ação concreta anunciada pelo Brasil na COP23 para o cumprimento da NDC, já que o programa RenovaBio ainda depende de aprovação no Congresso.

http://www.observatoriodoclima.eco.br/meio-ambiente-demite-pai-de-plano-de-recuperacao-florestal-uma-semana-apos-seu-lancamento/

 

E O VENTO PODE VIRAR CONCESSÃO E GERAR ROYALTIES

Em 2015, o deputado Heráclito Fortes, do Piauí, levou ao Congresso um projeto de emenda à Constituição e um projeto de lei que crava um royalty de 10% sobre o vento convertido em eletricidade nas plantas eólicas. O projeto de emenda está parado desde maio numa comissão, mas o projeto de lei está para ser votado na última das comissões da Câmara antes de ir a plenário. O deputado entende que as torres eólicas atrapalham o turismo e a atividade econômica local e é mais que justo que o município e o estado sejam ressarcidos por esse prejuízo. Prejuízo esse, aliás, sem a menor evidência factual.

http://www.valor.com.br/brasil/5201397/proposta-na-camara-cria-royalties-de-10-sobre-geracao-de-energia-eolica#

 

NUM PEQUENO E POBRE SÍTIO NO CEARÁ, O APROVEITAMENTO INTEGRAL E INTELIGENTE DA ENERGIA RENOVÁVEL

O seu Ernane Pinto Vasconcelos, um pequeníssimo agricultor de 68 anos, mora num sítio perto de Taperuaba, na região de Sobral no Ceará. A região faz parte do semiárido nordestino. Seu Ernane escavou um poço profundo para armazenar a água da chuva para irrigar suas pequenas lavouras. Só que, sem luz, não tinha como bombear a água. Ele então achou placas fotovoltaicas quebradas e abandonadas numa escola da região. Aproveitou as células que funcionavam e fez uma ligação numa bateria de 12 Volts, dessas de automóvel. Construiu um sistema para controlar a voltagem das placas para aproveitar ao máximo a energia, carregando a bateria e mandando o excedente direto para a bomba de irrigação. Faz quatro anos que o sistema funciona. Seu Ernane planta arroz e legumes orgânicos. Como de vez em quando não bate sol, ele construiu um cata-vento, que é sua segunda fonte de energia renovável. Um engenheiro agrônomo da região considera “seu Ernane um agricultor experimentador, aquele que está sempre em busca de novidades para inovar. Esse sistema montado por ele ajuda na irrigação de uma forma diferenciada”. Seria muito legal alguém indicar o seu Ernane para um prêmio de empreendedorismo e inovação.

http://www.biotrigo.com.br/noticias/index.php?id=1350

 

COSTA RICA: 300 DIAS DE GERAÇÃO 100% RENOVÁVEL

Faz 300 dias que as térmicas fósseis na Costa Rica não são ligadas. Toda a demanda do país durante esse tempo foi suprida por fontes renováveis: 78% hidrelétricas, 10% eólicas, 10% geotérmicas que aproveitam os vulcões do país e o resto de fotovoltaicas e biomassa. Contando com os 65 dias em que uma parte da energia veio dos fósseis, as renováveis supriram 98,1% da demanda no último ano. E esse ano foi um pouco pior que 2015, quando 98,9% foram gerados por fontes renováveis.

http://www.independent.co.uk/environment/costa-rica-renewable-energy-electricity-production-2016-climate-change-fossil-fuels-global-warming-a7505341.html

http://www.ticotimes.net/2017/11/21/happy-birthday-costa-rica-300-days-of-renewable-energy-that-is

 

SETOR ELÉTRICO INDIANO EM ROTA DE TRANSIÇÃO PARA BAIXAS EMISSÕES

Tim Buckley, um dos diretores do Instituto de Análise Econômica e Financeira de Energia (IEEFA, na sigla em inglês), coordenou um trabalho sobre o setor elétrico indiano e observou que a transição para uma matriz renovável ultrapassou um ponto crítico entre 2016-17 quando, pela primeira vez, a capacidade das térmicas fósseis caiu e a instalação de renováveis mais  que dobrou. Mesmo assim, o caminho ainda é longo posto que, hoje, as térmicas representam 80% da matriz indiana, enquanto as hidrelétricas somam 10% e as renováveis mal chegam a 7%. Só que os preços das renováveis continuam a cair e, nos últimos leilões, chegaram a ficar 20% abaixo do preço da geração térmica já instalada. O trabalho do IEEFA aponta para uma demanda que dobra nos próximos dez anos e sugere caminhos para que a capacidade das térmicas a carvão não cresça mais que 10%, resultando numa matriz majoritariamente renovável. O custo da transição foi estimado entre US$ 200 a 300 bilhões só para as instalações das renováveis.

http://ieefa.org/wp-content/uploads/2017/11/India-Electricity-Sector-Transformation_Nov-2017-3.pdf

https://economictimes.indiatimes.com/industry/energy/power/india-needs-over-200-bn-of-investment-in-renewable-infrastructure/articleshow/61738339.cms

 

AS DIFICULDADES CHINESAS NA AMAZÔNIA SUL-AMERICANA

Artigo no Dialogo Chino fala sobre a entrada de empresas chinesas atrás do petróleo colombiano, especificamente na região de passagem da cordilheira para a planície amazônica. O artigo começa contando do sequestro de quatro engenheiros chineses que passaram 17 meses fazendo trilhas patrocinadas pelas FARCs. Entrando no período mais recente, com os acordos de paz entre o governo e as guerrilhas, os chineses estão voltando à região e enfrentando a resistência de comunidades e organizações locais. A preocupação é com os impactos ambientais da exploração de petróleo e com o potencial fluxo de gente para as operações de prospecção e exploração. Sem falar na circulação de uma quantidade de dinheiro que até hoje não existe por lá. O professor Puelcio, da Universidad de la Amazonia, sumarizou: “Todos sabemos que a China está investindo muito dinheiro na transição para a energia renovável por lá e que desenvolveram inovações incríveis em tecnologia renovável. Se a China vier para a América Latina, para a Colômbia, para a Amazônia, só para extrair petróleo e recursos naturais, ao invés de apoiar uma transição parecida, isso vai ser um tremendo fracasso”.

http://dialogochino.net/petroliferas-chinesas-enfrentam-problemas-na-amazonia

 

VEM AÍ UMA LA NIÑA ESTRANHA

Em setembro, a meteorologia norte-americana soltou um primeiro aviso de que poderia haver uma El Niña começando esse ano. Agora foram os australianos que, olhando para o Pacífico, confirmaram o fenômeno. Numa El Niña “normal”, aumenta a chance de chover no nordeste brasileiro, faz mais frio e menos chuva no sudeste, e o sul fica com bem menos chuvas do que o usual. Só que a meteorologia daqui está avisando que a El Niña desse ano não é exatamente “normal”. Deve chover mais no nordeste e ficar mais seco no sul. Mas no sudeste e no centro-oeste, pelo menos até agora, não se sabe muito bem o que vai ocorrer. A situação é resultado da El Niña concomitante com a Oscilação Decadal do Pacífico negativa, que tende a neutralizar alguns dos seus efeitos.

http://www.news.com.au/technology/environment/bureau-of-meteorology-puts-australia-on-alert-for-a-rare-form-of-la-nina/news-story/7a3835a0b63bb250187cdfd3ee623192

https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-11-21/la-nina-alert-issued-by-australia-as-weak-short-event-forecast

http://somarmeteorologia.com.br/security/defesa_civil/clima3.php

 

AS GELEIRAS ANTÁRTICAS QUE ARMAZENAM CATÁSTROFES PARA OS LITORAIS

À Baía de Pine Island, no mar de Amundsen, na Antártica, confluem duas grandes geleiras que, nas palavras de um artigo da Grist, “mantêm a humanidade refém”. Cada uma tem quase 250 km de extensão. Mais para o interior, elas se expandem em uma área de gelo de três km de espessura que cobre uma área de 700.000 km2, maior que Minas Gerais. As geleiras funcionam como rolha prendendo o gelo e evitando que tudo atrás derreta e eleve o nível do mar em quase quatro metros. Só que as duas estão derretendo cada vez mais rapidamente. E quatro metros de elevação significa inundar todas as cidades costeiras da Terra. Daí o interesse de cientistas em estudar o comportamento de geleiras no passado geológico, há milhares de anos, quando as temperaturas eram parecidas com as de hoje. O artigo segue falando de modelos de colapso das geleiras que sugerem que um cenário catastrófico poderia ocorrer ainda neste século. Basicamente, as contas sugerem a existência de uma temperatura crítica a partir da qual as plataformas de gelo no final das geleiras começam a derreter por cima e por baixo, enfraquecendo sua estrutura e, na analogia, desfazendo a rolha. A partir daí, sem a rolha, o gelo armazenado nos quilômetros terra adentro e na área de Minas Gerais começa uma corrida para o mar. É consenso na comunidade científica envolvida que é preciso mais informação, mais dados, mais modelagens. E aí eles batem de frente com a política de esvaziamento da ciência promovida por Trump e seus republicanos.

Em tempo: Washington e Nova York ficam à beira do mar.

http://grist.org/article/antarctica-doomsday-glaciers-could-flood-coastal-cities/