Malária e desmatamento têm relação complexa

Acaba de sair um trabalho na Lancet sobre as complexas relações entre a malária, a floresta e o desmatamento. O conhecimento tradicional explica que áreas de floresta densa, com sombra e umidade e temperatura constantes, propiciam a vida e a reprodução de um grupo de espécies do gênero anopheles, vetores do protozoário da malária. De fato, a maioria dos casos de malária reportados no mundo atesta a correlação com a presença da floresta. Uma área desmatada, pela exposição ao sol e às variações de temperatura, deveria apresentar um número significativamente menor de casos de malária, mas isto não é o que acontece. Isto porque um outro grupo de espécies do mesmo gênero prolifera nestes ambientes. Para Gabriel Zorello Laporta, pesquisador da Faculdade de Medicina do ABC e um dos autores do trabalho, “desmatamento e malária têm uma relação complexa que gerou longos e acirrados debates sobre a floresta tropical na Amazônia.”

 

Boletim ClimaInfo, 6 de fevereiro de 2019.