As grandes cadeias de fast-food, como McDonald’s, Burger King, Pizza Hut, KFC e Domino’s Pizza, podem fazer muito mais para reduzir a pegada climática e ambiental dos seus produto; pelo menos esta é a tese da FARR (sigla em inglês de Risco e Retorno de Investimento em Fazendas de Animais), uma iniciativa que congrega mais de 80 fundos de investimentos internacionais cujas carteiras somadas representam mais de US$ 5 trilhões. “Para as empresas de fast-food que compram carne e produtos derivados do leite, os riscos da cadeia de suprimentos apresentam desafios crescentes para segurança de fornecimento, ambições de sustentabilidade, imagem e reputação e crescimento financeiro.” Assim, eles enviaram cartas aos CEOs destas cadeias exigindo que, até o final de março, deixem claro e transparente como irão reduzir a emissão de gases de efeito estufa e o uso de água ao longo de suas cadeias de suprimento. Segundo Jeremy Coller, fundador da FARR, “todos os dias, cerca de 84 milhões de adultos consomem fast-food apenas nos EUA, mas a verdade inconveniente dos ‘alimentos de conveniência’ é que os impactos ambientais da carne e dos produtos lácteos do setor atingiram níveis insustentáveis. Para colocar isso em perspectiva, se as vacas do mundo fossem um país, seriam o terceiro maior emissor mundial de gases do efeito estufa.”
A matéria da Conexão Planeta procurou Ciniro Costa Junior, do Imaflora, para explicar a situação do rebanho bovino no Brasil. Ciniro usou dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e
Remoções de Gases de Efeito Estufa) para mostrar que, se fosse um país, o rebanho brasileiro estaria em 17º lugar no ranking dos maiores emissores. Para Ciniro, “embora a agropecuária seja o principal motor da economia brasileira, o passivo climático deixado por ela é muito grande. E a falta de políticas públicas voltadas para o setor, que poderiam criar estímulos às boas práticas, amplia a discussão para que haja uma mudança significativa, para uma gestão de eficiência, que olhe de maneira mais assertiva e trate de soluções para as propriedades.”
Boletim ClimaInfo, 8 de fevereiro de 2019.