Secas na Amazônia serão mais prevalentes severas

Um trabalho recém-publicado na New Phytologist analisa o impacto das secas na floresta amazônica. Os modelos climáticos indicam uma alta probabilidade de que episódios de secas na região sejam mais prevalentes e mais intensos; além disso mostram que os impactos sobre a floresta repercutem sobre o clima global. A pesquisa foi conduzida entre 2010 e 2017 e registrou os efeitos de uma seca forte provocada por um El Niño. O foco da pesquisa era entender as dinâmicas segundo as alturas das árvores. Segundo os pesquisadores, é preciso levar em conta que, em períodos mais secos, a insolação também é maior. Árvores mais altas têm raízes mais profundas, capazes de captar mais água e, assim, aproveitar o aumento da insolação para aumentar suas copas. Árvores menores expostas ao sol, com raízes menores, perdem área de copa ou simplesmente morrem. No entanto, árvores menores na sombra das mais altas, recebem mais insolação do que em períodos úmidos e, aproveitando a umidade do sub-bosque também crescem. Assim, a pesquisa mostrou que a capacidade de uma árvore em lidar com períodos secos tem forte dependência da sua vizinhança, ou da estrutura da floresta à sua volta. O artigo original pode ser lido aqui, e a própria New Phytologist traz um comentário.

 

Boletim ClimaInfo, 13 de fevereiro de 2019.