O embate entre os ministérios da Economia e da Agricultura começa a ter capítulos diários. Numa crítica abrangente, Paulo Guedes disse que “todo mundo vem pedir subsídios, dinheiro para isso, dinheiro para aquilo. Eu falo: o que vocês podem fazer pelo Brasil? Quebraram o Brasil, quebraram o Brasil”. Na semana passada, Guedes havia cortado a tarifa antidumping erguida para proteger a indústria do leite em pó. A agricultura chiou feio e, desta vez, Guedes voltou atrás. Mas atacou em outra frente, avisando que quer acabar com a isenção previdenciária do exportador rural. Afinal, o maior rombo nas contas públicas parece vir da previdência e o setor agroexportador vive dizendo que é o grande responsável pela balança comercial brasileira. Logo, dinheiro tem. E o agro ainda tem outra batalha. No final do ano, o pessoal do Temer retirou o subsídio nas contas de luz do campo, que pagava, em média, cerca de 30% a menos do que um consumidor urbano de porte semelhante. Só esse subsídio, que se agrega à conta de luz de todos os demais consumidores, chegou a R$ 3,4 bilhões no ano passado. Aos poucos, o que se revela é um setor que recebe uma grande cesta de benesses do Tesouro Nacional.