O Fundo Verde do Clima (GCF, na sigla em inglês), criado depois da COP de Copenhague, recebeu autorização para apoiar projetos conhecidos como REDD+, de redução de emissões por desmatamento e degradação florestal associada à promoção do desenvolvimento sustentável local. Este é um dos campos mais polêmicos de tudo que se discute sobre incentivos para a mitigação de emissões de gases de efeito estufa. A base é simples: dar recursos a quem protege a floresta. A conta de quanto carbono não foi parar na atmosfera por conta do projeto é complexa e fonte de eternos debates. Conta-se quanto carbono havia na floresta no começo do projeto. Como florestas não são fixas e imutáveis – uma floresta mesmo intocada ora tem mais carbono, ora tem menos – é preciso projetar quanto carbono haveria nelas na ausência do projeto. E compara-se essa projeção com quanto carbono havia na floresta ao final do tempo projetado. Ontem, o Fundo Verde do Clima aprovou o pagamento do primeiro projeto de REDD+, e o beneficiado foi um projeto brasileiro referente ao período 2014-2015; os US$ 96 milhões premiou quase 19 milhões de toneladas de carbono que não foram emitidas, junto com um adicional por “benefícios não carbono” pela promoção do desenvolvimento sustentável. Os membros do board do GCF colocaram condicionantes ao projeto. Para garantir que os recursos beneficiem as populações envolvidas com as áreas protegidas, estas devem ter acesso online a informações como as salvaguardas prometidas e a garantia da consistência do projeto com o arcabouço das políticas nacionais subjacentes. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente disse que “Serão lançadas chamadas pública para a adesão voluntária dos agricultores, indígenas e comunidades tradicionais”, e o Mongabay contou a história com uma lupa bastante crítica. O projeto foi apresentado no governo passado e ainda não se tem notícias quanto a reações do atual governo.