“Pode uma cidade neutralizar suas emissões de gases de efeito de estufa?”, pergunta Somini Sengupta no New York Times. “Metade da humanidade vive agora nas cidades”, escreve Sengupta, e assim “as grandes soluções para a mudança climática precisam vir, também, das cidades”. Ela analisa o caso de Copenhague, a capital dinamarquesa que pretende ser neutra em carbono até 2025 gerando mais energia renovável do que a energia suja que consome. “O objetivo de neutralidade em carbono de Copenhague enfrenta um obstáculo que é comum em todo o mundo: uma divisão entre os interesses das pessoas que vivem nas cidades e os daqueles que vivem fora delas”, escreve Sengupta. “Um governo municipal não consegue ser efetivo se não tem o apoio total daqueles que dirigem o país (…) O transporte é responsável por um terço da pegada de carbono de Copenhague”, mas o governo dinamarquês reduziu recentemente as taxas de registro de automóveis, “num movimento que seus críticos dizem incentivar o uso de carros particulares”.
Já vimos esta história por aqui, quando o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, dava prioridade ao transporte público implantando 400 quilômetros de faixas exclusivas para os ônibus da cidade enquanto, ao mesmo tempo, o governo federal reduzia o IPI para a fabricação de automóveis.