A Vale sonegou bilhões em impostos

Nas palavras do presidente afastado da Vale, Fábio Schvartsman, “a Vale é joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de suas barragens por maior que tenha sido a sua tragédia”. A frase foi dita em depoimento ao Congresso ocorrido logo após o rompimento da barragem de Brumadinho. Pois não é que tal “joia” montou uma triangulação fictícia na venda de minério de ferro para China, de modo a evitar o pagamento de R$ 23 bilhões de Imposto de Renda (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) entre 2009 e 2015? O caso é contado no UOL por Eduardo Militão com base em estudo do Instituto de Justiça Fiscal (IJF), organização formada por economistas e auditores da Receita Federal.

A Vale do Sr. Schvartsman é mesmo uma joia rara: mata, polui e sonega, tudo de uma só vez. E, no quesito sonegação, a Vale não está só. A Samarco, parceria da Vale com a BHP Billiton, a CSN, a Usiminas e a Gerdau têm empresas sediadas nos mais importantes paraísos fiscais, nas ilhas Cayman e nas ilhas Virgens Britânicas, forte indício, segundo a IJF, de operações de redução artificiosa de impostos.

 

ClimaInfo, 2 de abril de 2019.

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