Empresa irlandesa é a primeira aérea a entrar no top 10 das maiores emissoras de carbono da Europa

A Ryanair é atualmente a décima empresa maior emissora no âmbito do Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (EU-ETS), e a primeira não operadora de usinas a carvão a entrar no top 10 dos maiores poluidores, segundo relata a BusinessGreen. A companhia aérea irlandesa informou a emissão de 9,8 milhões de toneladas de carbono em 2018 ao EU-ETS, o que representa um acréscimo de 7% em relação às emissões de 2017. Analistas sugerem que, à medida em que diminui o uso do carvão, esta notícia é um sinal de que a aviação emergirá como o setor maior emissor do bloco. As emissões das companhias aéreas cobertas pelo EU_ETS “cresceram 5,7% na Europa no ano passado”, enquanto as emissões totais cobertas pelo mercado “caíram 4,2%, principalmente graças a uma queda de 6,4% nas emissões do setor de energia e calor”. Andrew Murphy, gerente de aviação da Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente, disse ao The Guardian que, “quando se trata de clima, a Ryanair é o novo carvão. Esta tendência se manterá até que a Europa se aperceba de que o setor é subestimado e sub-regulamentado e precisa ser alinhado”. A Ryanair comprometeu-se a reduzir as suas emissões de CO2 por passageiro de 66,7 gramas por quilômetro percorrido para 61,4 gramas até 2030, relata o BusinessGreen, apesar de o seu CEO ter descrito as preocupações com as mudanças climáticas como “lixo total e completo”.

Cabe esclarecer que as emissões dos voos que partem da Europa ou que a ela se destinam não são contabilizados pelo EU-ETS. Assim, as emissões das grandes companhias não aparecem por inteiro. Vale observar também que, em média, os aviões emitem cerca de 200 gramas de CO2 por passageiro por quilômetro, bem mais do que o anunciado pela Ryanair. Boa parte da diferença vem da política da empresa que enfia o maior número possível de passageiros em cada voo.

 

ClimaInfo, 3 de abril de 2019.

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