Uma análise inovadora feita pela BlackRock mostra que os investidores estão subestimando os riscos colocados pelo clima extremo às suas carteiras, relata o Financial Times, acrescentando que a análise “pode alterar drasticamente a forma como a indústria considera a mudança climática em seus processos de gestão de risco”. E continua: “O estudo da BlackRock analisou três classes de ativos dos EUA – títulos municipais, imóveis comerciais e ações de concessionárias de serviços públicos – e concluiu que a mudança climática já tem um efeito tangível sobre os títulos. A administradora advertiu que a tendência deve se acelerar. A análise concluiu que os investidores no mercado de títulos municipais de $ 3,8 trilhões podem sofrer perdas à medida que as cidades mais vulneráveis passem a ter perdas de mais de 1% no produto interno bruto local. A BlackRock também espera que os títulos garantidos por hipotecas imobiliárias comerciais enfrentem perdas de até 3,8%, à medida que os imóveis passem a sofrer quedas no fluxo de caixa após tempestades e enchentes severas.
A maior incidência de furacões e incêndios florestais nos últimos 12 meses deu visibilidade aos efeitos do aquecimento global. Mas os investidores têm sido lentos em perceber e avaliar como os riscos climáticos podem afetar suas carteiras. Brian Deese, chefe de investimento sustentável da BlackRock e ex-conselheiro de política climática e energética do presidente americano Barack Obama, disse ao FT que a falta de dados robustos fez com que o tamanho da subavaliação destes riscos não ficasse clara até agora.
Em tempo: em entrevista dada à EurActiv, o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz fez um apelo pela união de forças da Europa e da China contra os EUA na OMC; para ele o país, sob Trump, se transformou num free-rider (um parasita) da mudança climática, desrespeitando as regras do livre comércio global.