Daniel Camargos, do Repórter Brasil, coletou o depoimento de um pistoleiro que ajudou Nabhan Garcia a montar milícias no extremo oeste paulista com o objetivo de matar e afugentar o pessoal do Movimento dos Sem-Terra. O uber-ruralista Nabhan está hoje na secretaria de assuntos fundiários do ministério da agricultura, com a responsabilidade de cuidar da demarcação de Terras Indígenas. Vinte anos atrás, o pistoleiro foi julgado por um assassinato e pegou 14 anos de prisão, dos quais só cumpriu um mês graças a um habeas corpus. Na conversa com Camargos, o pistoleiro se diz arrependido. “Eu errei (…) Se me chamarem de novo, eu jamais voltaria a fazer esse tipo de serviço, mas se eu tivesse a oportunidade entraria para o lado do MST”.
Nabhan, que nunca admitiu a existência de milícias organizadas por fazendeiros, também foi procurado por Camargos e reafirmou que não conversa com o MST. “Não vou aceitar viés ideológico de quem invade propriedade. O Brasil não é uma republiqueta. Quem invade propriedade comete crime”. Nabhan talvez não saiba – ou finja não saber – das quadrilhas de grileiros que agem no arco sul da Amazônia, nem dos garimpos ilegais em áreas protegidas, caso em que diria que o Brasil segue sendo uma republiqueta.
A segunda em comando na secretaria de Nabhan é Luana Ruiz Silva de Figueiredo. O Globo de ontem publicou um perfil da moça: advogada com atuação em 16 processos e em quase 50 recursos que buscam de alguma forma impedir novas demarcações de Terras Indígenas. Figueiredo é a responsável por novas delimitações de áreas para Populações Indígenas. Dadas as promessas de não conceder mais nenhuma área nova, a moça não terá o que fazer e o ministro Guedes da economia deveria mandá-la embora, assim economizaria ao menos seu salário.
ClimaInfo, 8 de abril de 2019.