As gigantes globais da TI reagem à mudança climática

Microsoft 1: A corporação está se juntando ao Climate Leadership Council (CLC), um grupo de defesa do clima apoiado por grandes corporações energéticas e líderes do Partido Republicano dos EUA, na tentativa de encontrar um meio-termo nas questões ambientais que polarizaram a política daquele país. Segundo a Bloomberg, a Microsoft declarou seu apoio a um imposto sobre as emissões de carbono. Prometeu, também, acelerar na direção do uso de mais energia renovável em seus centros de dados. O CLC sugeriu à Casa Branca um imposto sobre o carbono, defendendo que este promoveria um jogo ganha-ganha ao impulsionar o crescimento do emprego e da geração de benefícios ambientais. O plano da CLC inclui a eliminação das regulamentações que visam reduzir as emissões de CO2 e, também, grande parte da autoridade da agência ambiental (EPA) para regulamentá-las. Inclui também uma proposta de blindagem às empresas poluidoras contra litígios relativos aos custos dos impactos da mudança climática, algo visto como uma sinalização sedutora, por conta do seguido aumento do número de processos judiciais.

Microsoft 2: A Microsoft apoiará a ação climática global empregando sua tecnologia de ponta e sua capacidade de Inteligência Artificial, relata a Fast Company. Para isto, a empresa agregará e hospedará conjuntos de dados ambientais na Azure, sua plataforma de nuvem, e os disponibilizará ao público. Segundo a empresa, estes conjuntos de dados são grandes demais para os pesquisadores usarem sem computação em nuvem avançada. Para Lucas Joppa, diretor ambiental da Microsoft, “a realidade mostra que, por mais bem-sucedidos que sejamos, as ações de sustentabilidade dentro das nossas quatro paredes são totalmente insuficientes para mover o mundo em direção a um futuro ambientalmente sustentável. A mesma lógica se aplica ao todo do mundo corporativo: não importa o quanto uma empresa individual trabalhe para atingir seus objetivos de sustentabilidade, ela não criará o tipo de mudança em larga escala que precisamos para combater a mudança climática.”

Apple: Na busca de redução das emissões globais de gases de efeito estufa de suas operações globais, a Apple está obrigando seus fornecedores a usar energia eólica, solar e hidroelétrica para a alimentação de suas plantas industriais. O Washington Post informa que 21 dos 44 fabricantes da cadeia de suprimentos da Apple já prometeram obter toda a eletricidade que consomem destas e outras fontes renováveis de energia, o que elevará a mais de 5 GW a quantidade total de energia renovável utilizada até 2020. Isto elevaria a fração renovável da energia consumida a mais de 40% para a Apple e sua cadeia de suprimento.

AT&T: A empresa construiu um mapa incrivelmente detalhado dos locais onde as mudanças climáticas causarão danos à sua infraestrutura, informa a Fast Company. A AT&T já tem que lidar com quedas dos seus serviços telefônicos depois de praticamente qualquer tempestade. E prevê que será mais afetada até meados do século, à medida em que a mudança climática progrida e cause mais inundações extremas em alguns estados do sudeste dos EUA. Com o mapa, a empresa sabe agora onde a ocorrência de inundações é mais provável, até o nível de cada bairro.

 

ClimaInfo, 17 de abril de 2019.