Se as empresas e instituições não se prepararem agora, “o sistema financeiro global pode ficar em suspenso à medida que ativos de 20 trilhões de dólares sejam dizimados pela mudança climática”, alertou a chefe de supervisão de bancos internacionais do Banco da Inglaterra, o banco central daquele país, Sarah Breeden. Ela acrescenta ao The Telegraph: “O choque pode ser tão severo que pode desencadear um “Minsky moment” climático [como o da bolha de 2008], no qual os preços dos ativos perdem súbita e totalmente o valor, descarrilhando o crescimento global. Qualquer um que possua ‘ativos encalhados’ em tal momento terá perdas repentinas e severas. Em uma crise climática, esses ativos podem assumir a forma de carbono não ‘queimável'”. Para o editor de economia do The Guardian, Larry Elliot, “como um dos principais centros financeiros do mundo, não surpreende que a Prudential Regulatory Authority (PRA) do Banco [da Inglaterra] tenha assumido a liderança na definição do que espera dos bancos e seguradoras que supervisiona. Haverá quem se pergunte – de forma razoável – por que o Banco apenas diz esperar das empresas que ajam de forma a mostrar que estão levando as mudanças climáticas mais a sério, ao invés de forçá-las a fazê-lo. Mas quando a PRA diz que espera que as empresas atuem, o que realmente está dizendo é que estas não têm outra alternativa senão fazê-lo – e têm até outubro para isto.”
ClimaInfo, 17 de abril de 2019.
