Aquecimento global piora a poluição na Baía de Guanabara

Ana Lúcia Azevedo comenta n’O Globo um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que analisa a poluição da Baía de Guanabara e afirma que esta está sendo potencializada pela mudança do clima. Fabiano Thompson, da Biologia da UFRJ, explica que “a água do mar mais quente acelera a multiplicação de micro-organismos nocivos, chamados vibriões, e faz sua população explodir nas áreas internas da baía. O calor também altera o metabolismo das bactérias, e elas passam a liberar mais toxinas.” As medições desses vibriões mostraram que a área mais crítica é em torno da Ilha do Fundão, onde a circulação de água é menor, a parte rasa é mais extensa e onde há um intenso lançamento de esgoto. Por sinal, a UFRJ fica nessa ilha. Em mar aberto e limpo, a concentração de vibriões em cada mililitro (ml) fica entre 50 a 100. Na entrada da baía, essa concentração chega a 200 vibriões por ml. Perto da Ilha do Fundão, foram medidos 10.000 vibriões por ml e, em algumas ocasiões, até 20.000 por ml. Thompson alerta que “temos na baía o cenário mais apropriado possível para bactérias nocivas. E o pior para o meio ambiente. A baía se tornou uma sopa tóxica, e mudanças no clima a degradarão ainda mais.”

André Trigueiro contou a história na Rádio CBN.

 

ClimaInfo, 23 de abril de 2019.