Balanço da primeira fase da Extinction Rebellion

A Extinction Rebellion parou o centro de Londres por vários dias usando da desobediência civil e bloqueando pontes e praças com gente se colando a calçadas e muros e mais de mil prisões. No final disto que está sendo chamado pelas lideranças do movimento de ‘primeira fase’, três principais demandas emergiram:

  1. Dizer a verdade: o governo deve explicitar o tamanho, a urgência e a importância da crise climática. Nenhum governo está dizendo a verdade e essa mudança de atitude é decisiva para enfrentar a crise.
  2. Zerar as emissões (no Reino Unido) até 2025: isso implicaria numa guinada da economia toda, com mudanças profundas na indústria, no transporte, na geração e no consumo de eletricidade e de calor.
  3. Criar uma assembleia popular: o governo deve criar uma assembleia popular para ouvir as evidências e discutir políticas para enfrentar a crise do clima.

Mattew Taylor escreveu no The Guardian que, “para muitos, os enormes protestos pacíficos da última semana foram transformadores. A cobertura da mídia foi ampla. A verdade sobre a crise climática – e a ameaça existencial sobre a humanidade – dizem os manifestantes, agora é de domínio público e não pode mais ser ignorada por aqueles no poder. A linguagem em torno da mudança climática também mudou. Palavras como “extinção”, “rebelião”, “crise” e “colapso” agora são parte das conversas diárias quando se fala sobre a ameaça ambiental. Mas talvez o mais importante seja a mudança naquilo que se entende por “politicamente realista”. Para observadores tarimbados, as últimas duas semanas representam um “ponto de virada”, com os protestos da Extinction Rebellion coincidindo com as greves pelo clima nas escolas, o documentário da BBC com David Attenborough e Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra (o Banco Central daquele país), dizendo a banqueiros que eles não podem mais ignorar as ameaças.”

A Vox traçou a cronologia do movimento e os principais protestos. O Carbon Brief fez um apanhado do que saiu na mídia durante esse tempo. O The Guardian informou que o consagrado artista de rua inglês, Banksy, é o autor de um mural que apareceu em Marble Arch. E ontem, no Project Syndicate, Adair Turner partiu das manifestações para escrever sobre o que seria necessário para o capitalismo derrotar a mudança do clima.

 

ClimaInfo, 29 de abril de 2019.