Críticas às políticas ambientais e educacionais

O Le Monde publicou dois artigos com críticas contundentes ao governo brasileiro, um falando da “política de destruição do meio ambiente” e, outro, do “ministro que quer reduzir as ciências humanas.” Sobre a política ambiental, Claire Gatinois menciona uma entrevista dada por Salles à Jovem Pan, na qual o ministro disse que “o Brasil sofre graves problemas desde a Constituição de 1988 que criou obrigações em demasia […] (e com) os governos de esquerda nestes últimos vinte anos que desenvolveram um aparelho ideológico e burocrático brecando o desenvolvimento econômico do país.” A partir daí, Gatinois pega pesado: “Apelidado de ‘ministro das empresas de minério’, Ricardo Salles pode contar com o apoio dos lobbies do agronegócio e da indústria de minério influentes no Congresso. Mas atacar o meio ambiente em um país que abriga a Amazônia, Terras Indígenas internacionalmente conhecidas e uma das maiores biodiversidades do mundo é algo ousado. A Reuters comentou a matéria. Sobre a redução de recursos para as ciências humanas, Gatinois, chama o ministro Weintraub de ‘abatedor de custos (cost-killer)’ e diz que, para ele, as ciências humanas são “aspiradores de impostos” e que iria seguir o discurso bolsonariano de redirecionar recursos das universidades para o ensino básico. Mas a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) fez, a pedido do Estadão, um levantamento dos cortes que o ministro da economia está impondo às outras pastas. A Andifes mostrou que “ao menos R$ 2,4 bilhões para investimentos em programas do ensino infantil ao médio foram bloqueados” enquanto que o ensino superior perdeu R$ 2,2 bilhões.” Cortar verbas para a educação já é desanimador, mas ideologizar a comunicação dos cortes, como tem feito o ministro da educação, é jogo sujo e má fé. Suzana Kahn escreveu um artigo precioso sobre a importância das ciências humanas.

 

ClimaInfo, 6 de maio de 2019.