Navegação pode reduzir velocidade dos navios para reduzir emissões

Ontem, aconteceu uma reunião da Organização Marítima Internacional (IMO) em Londres. Na pauta, as medidas a serem tomadas pelo setor para reduzir suas emissões, conforme compromisso assumidos no ano passado. A proposta defendida pela França e pela Grécia é simples: reduzir a velocidade dos navios. Tirar o pé do acelerador é o mesmo que consumir menos combustível. Já a Dinamarca, a Alemanha e a Espanha querem definir metas quantitativas e deixar os donos do barcos adotarem as soluções que quiserem. O Chile e o Peru, exportadores de perecíveis, já de há muito não aceitam mexer na velocidade para não comprometer a qualidade de seus produtos. A instalação de sistemas de refrigeração, além de consumir ainda mais combustível, aumenta os custos e reduz as margens. O Brasil e a Arábia Saudita foram contra os compromissos e continuam criando obstáculos para qualquer acordo. O Brasil argumenta que está longe dos mercados consumidores da Europa e da Ásia e que qualquer aumento de custo impacta sua competitividade.

Até o ano passado, a delegação brasileira nas reuniões da IMO era composta basicamente por gente da Vale, interessada em manter barato o frete de seu minério para a China.

Na entrada do prédio, os representantes dos países e do setor tiveram que enfrentar um protesto de jovens que, ao estilo de Greta Thunberg, exigiam medidas decisivas e urgentes para conter o aquecimento global. A mensagem em uma das redes sociais dizia “o setor precisa (…) investir maciçamente e desenvolver tecnologias carbono zero, alimentadas por eletricidade renovável. Mas, nesta fase da crise climática, não temos tempo para esperar. Se a IMO concordar, este mês, em introduzir limites de velocidade globais para o transporte marítimo, isso poderá reduzir as emissões substancial e imediatamente.”

 

ClimaInfo, 8 de maio de 2019.