O desmonte da política ambiental atinge a imagem do Brasil e o comércio internacional

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A política de terra arrasada colocada no lugar da Política Ambiental está desgastando a imagem do Brasil lá fora e colocando em risco a economia do país que hoje exporta commodities agropecuárias em escala e está à procura de capital estrangeiro para sair do atoleiro.

Nesses últimos dias, a imprensa internacional repercutiu o desmonte do Conama e o aumento expressivo do desmatamento na Amazônia.

Miriam Leitão e Álvaro Gabriel contam n’O Globo que “investidores de um país europeu procuraram uma autoridade brasileira da área econômica. A primeira pergunta não foi sobre a questão fiscal, mas sim sobre o meio ambiente. Queriam saber que garantias de respeito o Brasil daria às leis ambientais. Disseram que olham com extremo cuidado esse assunto, tanto que nunca investiram na Vale porque não sentiam confiança na governança da empresa nessa área e, hoje, sabem que acertaram. Contaram que os investidores de seus países querem saber exatamente que tipo de prática suas aplicações estão estimulando.”

Os jornalistas relatam alguns dos retrocessos promovidos pelo governo, os riscos ao Fundo Amazônia e evocam uma carta de pesquisadores da Embrapa em defesa do Código Florestal, particularmente da Reserva Legal.

O artigo faz uma séria advertência: “O governo Bolsonaro brinca, por ignorância, com coisa séria. E enfrentará muito mais consequências do que consegue perceber na sua curta visão ideológica.”

Já Caio Quero e Nathalia Passarinho, da BBC, conversaram com diplomatas brasileiros preocupados com o desgaste de prestígio que o país vem sofrendo neste início de governo. “Segundo o professor Marco Vieira, da Universidade de Birmingham (Reino Unido), ao longo das últimas décadas, o Brasil conseguiu propagar junto à comunidade internacional uma imagem de país preocupado com o meio ambiente, pacifista, não intervencionista, capaz de dialogar com atores diversos e defensor de órgãos multilaterais como a ONU”. É este prestígio que o país está perdendo “a ponto de o país começar a deixar de ser convidado para algumas negociações diplomáticas, principalmente àquelas dedicadas a direitos de minorias.”

 

ClimaInfo, 3 de junho de 2019.

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