A imprensa critica o desmonte da política ambiental

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Nesses últimos dias várias matérias e editoriais criticaram o desmonte da política ambiental promovido pelo governo Bolsonaro.

André Trigueiro, no seu blog n’O Globo, lista “15 pontos para entender os rumos da desastrosa política ambiental”. Alguns falam do esvaziamento do ministério, do Ibama e do ICMBio. Outros das ameaças de enfraquecimento e desvirtuamento do Código Florestal, das Unidades de Conservação e do Fundo Amazônia. Trigueiro lembra da condenação de Salles por improbidade administrativa, e se esqueceu de citar o desmonte do Conama.

Bernardo Esteves, na Piauí, escreve sobre “a guerra aberta e a guerra velada entre o governo Bolsonaro e as forças que resistem ao desmatamento”. Esteves vem conversando com gente do ministério e das autarquias e conta do clima de desmonte e perseguição implantado por Salles. Gente que, em sua maioria, pediu para não ser identificada por medo de represálias. Esteves conversou com José Olímpio Augusto Morelli, o fiscal que foi demitido por ter multado Bolsonaro quando foi pego pescando em área de conservação. Morelli disse que “desde Sarney, todos os presidentes sempre puseram gente com capacidade técnica no Ibama, e com pouca interferência política.” Ele acha que Salles está promovendo o “desmonte de uma experiência bem-sucedida de combate aos ilícitos ambientais no país, construída com erros e acertos.” O artigo de Esteves é longo, mas merece ser lido até o final.

A Folha publicou um editorial falando da tentativa de desfigurar o Código Florestal promovida pela câmara na semana passada. A Medida Provisória 867/2018 foi aprovada por lá, mas agregando mais de 30 emendas que enfraquecem o Código. “Com o intento anunciado de deixar a MP perder a validade nesta 2a feira (ontem), o Senado impede, por ora ao menos, que o trator ruralista prossiga em sua marcha a ré.” A MP perdeu o valor porque o presidente do senado, atendendo a colegas, não a colocou em votação. Bolsonaro disse, ainda na semana passada, que reeditaria a MP do jeitinho que saiu da câmara, garantindo, assim, a citada marcha a ré.

 

ClimaInfo, 4 de junho de 2019.

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