Governo anuncia novo plano para o gás natural

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O governo anunciou um novo plano e uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para o gás natural que, como outros anúncios, vêm recheados de polêmicas. O principal movimento é a busca de privatização daquelas companhias de gás que sobraram em poder dos estados. O governo ameaçou não socorrer as finanças dos estados que não o fizerem. O ministro Guedes anunciou que, posto em prática, o preço do gás cairia 40% e atrairia mais de R$ 30 bilhões em investimentos.

Elena Landau achou que seria melhor não colocar metas deste tipo, porque soam populistas e podem atrapalhar o próprio plano. Quanto ao discurso do aumento de concorrência derivado do plano, Landau cravou: “Não consigo entender como seria a competição na distribuição de gás. A distribuição é um monopólio natural.”

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, defendeu a exploração de óleo e gás não-convencionais, via fraqueamento hidráulico, o fracking. Oddone acha que a resolução do CNPE “cria condições para que seja estudado o aproveitamento do gás natural em terra no Brasil, de forma ambientalmente responsável, com potencial extraordinário de trazer emprego e renda para os estados do Nordeste.” E completou: “A gente esquece que o maior inimigo do meio ambiente é a pobreza”.

Acontece que o fracking requer muita água. Para azar de Oddone, as áreas propícias são exatamente as mais secas do sertão nordestino. Tirar a pouca água dos pobres nordestinos para produzir gás para grandes empresas não tem nada de extraordinário.

A notícia sobre o plano saiu no Valor e no Poder 360. O Valor também publicou os comentários de Elena Landau e de Décio Oddone.

 

ClimaInfo, 26 de junho de 2019.

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