Em café da manhã com a bancada ruralista, falando dos encontros durante a reunião do G20, Bolsonaro disse que “esses dois (Macron e Merkel), em especial, achavam que estavam tratando com governos anteriores, que, após reuniões como essas, vinham para cá e demarcavam dezenas de áreas indígenas, demarcavam quilombolas, ampliavam área de proteção, ou seja, dificultavam cada vez mais o nosso progresso aqui no Brasil”.
Mais uma vez, o presidente não mostrou dados, fatos ou qualquer indicação dos alegados impactos negativos da demarcação destas terras sobre o crescimento econômico do país, ou do aumento destas demarcações depois de encontros dos presidentes anteriores com chefes de estado de outras nações. É grande a dificuldade deste atual governo em perceber que acordos internacionais dependem do entendimento entre as partes, e que acusar os parceiros certamente não ajuda em nada. O Globo reportou a fala do presidente.
Em tempo: Tom Phillips fez um balanço no The Guardian dos primeiros seis meses do governo Bolsonaro, e escolheu o cantor Lobão como exemplo de alguém que apoiou e pediu apoio para Bolsonaro e que, agora, se diz muito decepcionado. Phillips fala da queda de aprovação nas pesquisas de opinião (mais da metade do Brasil agora diz não confiar no presidente). O jornalista conversou com outros eleitores de Bolsonaro e o sentimento é de desânimo.
ClimaInfo, 5 de julho de 2019.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.