Na “cuestão” INPE, a montanha pariu um rato

INPE

Esperava-se para a tarde de ontem alguma coisa concreta do governo federal sobre os dados do desmatamento do INPE. No final de semana, Bolsonaro havia prometido uma “surpresa” sobre esses dados. Ontem, ele voltou à carga dizendo que o INPE teria dados novos a apresentar e convocou os ministros do meio ambiente, Ricardo Salles, e da infraestrutura, Tarcísio Freitas, para se debruçarem sobre os tais dados surpresa.

No entanto, nas palavras do Observatório do Clima (OC), a montanha pariu um rato. Em coletiva dada no final do dia, “Salles fracassou quatro vezes em sua performance: não conseguiu descredenciar o INPE (…); não apresentou nenhum dado alternativo aos do sistema DETER (…); não explicou o aumento da devastação na Amazônia (…); e não disse o que vai fazer para conter a explosão da devastação, que é sua responsabilidade”, conforme relata o OC. Ainda segundo o OC, Salles “reafirmou a intenção de usar dinheiro público para contratar mais um sistema de sensoriamento remoto, quando o que falta na Amazônia neste momento é fiscalização e investimento em atividades sustentáveis. Bolsonaro culpou o termômetro pela febre; seu ministro, agora, culpa a leitura do termômetro. A doença, porém, segue sem tratamento – e o paciente sofre.”

Em tempo 1: O Estadão examinou um vídeo que circula por aí sobre o monitoramento do desmatamento e revelou que está repleto de dados falsos.

Em tempo 2: O ministro-astronauta da ciência e tecnologia não foi chamado, apesar de o INPE estar sob sua jurisdição.

Em tempo 3: A notícia de Bolsonaro não ter recebido o superministro francês para cortar o cabelo pegou muito mal lá fora, segundo a Reuters, e deve dificultar ainda mais a ratificação do acordo Mercosul-União Europeia.

 

ClimaInfo, 01 de agosto de 2019.

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