Mourão e Araújo precisam voltar aos bancos escolares

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O chanceler Ernesto Araújo voltou a afirmar que não existe aquecimento global e, para provar sua tese, disse: “Vejam que fui a Roma em maio e estava tendo uma onda de frio enorme. Isso mostra como as teorias do aquecimento global estão erradas. Isso a mídia não noticía”. O chanceler está reprovado em Clima-1.

Ao menos o vice Mourão passou para o 2o ano, é o que se pode depreender de sua entrevista a Eliane Oliveira n’O Globo: “Não tenho dúvida que a temperatura da Terra mudou. O que eu coloco sempre em discussão (…) é se isso veio para ficar ou é mais uma das sazonalidades que a vida na Terra já enfrentou.” O general pode ter razão, isto é, se estiver falando na escala geológica de milhões de anos. Mas Mourão tentou jogar areia nos olhos dos brasileiros: “Agora, o Brasil não é o culpado do aquecimento global. Muito pelo contrário. Nossa matriz energética é 85%, 86% de energia limpa e renovável, enquanto o resto do mundo tem apenas 25%. Então, o resto do mundo queima petróleo, queima carvão para se aquecer, para produzir, e quer botar a culpa em cima do Brasil? Não pode ser assim.”

‘Non, mon général’, 75% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa estão relacionadas com o uso da terra e com as mudanças no uso da terra. E isso nos coloca entre os seis maiores emissores do planeta.

Não é um complô externo contra o país. São brasileiros dando tiro no próprio pé, até porque grande parte destas emissões não produz riquezas nem faz o PIB crescer.

 

ClimaInfo, 5 de agosto de 2019.

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