Coronel diretor do INPE promete manter transparência dos dados

coronel INPE

O coronel Darcton Damião, diretor interino do INPE, comentou com o Estadão a preocupação quanto ao possível desaparecimento dos dados de desmatamento: “Ninguém vai esconder nada, dado nenhum, até porque não se consegue fazer isso”.

Damião entende que as autoridades envolvidas na questão devam ser informadas antes do público. Mas fez uma defesa do Instituto e de seu trabalho: “O INPE é um instituto de excelência, com cientistas de alto nível. Não podemos reduzir o trabalho a uma querela.”

Leandro Prazeres, d’O Globo, descobriu que o coronel sabe que a atmosfera está aquecendo, mas não tem certeza quanto à responsabilidade da atividade humana: “Não sou estudioso de temas globais. Sou um interessado. Existem várias opiniões contra e a favor [da natureza antrópica do aquecimento] (…) Estudo o assunto, mas (aquecimento global) não é a minha praia. Não sou autoridade no assunto.”

Sobre a infeliz declaração de Damião, a vice-presidente do IPCC, Thelma Krug, disse à Folha que “é incrível o número de pessoas qualificadas que questionam um tema tão relevante como a mudança do clima e a contribuição das atividades humanas para o aquecimento observado”. Apesar disso, Thelma, que também é pesquisadora do INPE, aprova a escolha do diretor interino: “Aluno disciplinado e dedicado”.

Nairo Alméri, do Além do Fato, conta que o coronel “foi diretor de Pesquisa e Inovação da Usiminas até 2012 – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais, controlada pela japonesa Nippon e a ítalo-argentina Ternium.”

Enquanto isso, o ministro-astronauta Marcos Pontes disse ontem que Damião continuará no cargo, mesmo se os dados do desmatamento forem confirmados. Estranha declaração sobre um diretor recém nomeado, não?

 

ClimaInfo, 7 de agosto de 2019.

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