Semana do Clima discute financiamento climático e mercados de carbono

mercados de carbono

No segundo dia da Semana do Clima em Salvador houve mais discussões sobre os mercados de carbono – cuja criação deve ser um dos temas mais espinhosos da próxima Conferência do Clima em Santiago – e sobre veículos de financiamento climático.

A Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura apresentou sua visão da oportunidade para o país de uma eventual criação de mercados de carbono. A Coalizão lembra que o país tem um compromisso assumido no Acordo de Paris que precisa ser encarado com seriedade para manter sua credibilidade no panorama internacional. No que toca aos compromissos que envolvem florestas, a Coalizão enxerga oportunidades tanto no combate ao desmatamento ilegal, quanto na necessidade de reflorestar e recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa.

Ana Champloni, do Ministério da Economia, entende que “as pessoas não estão interessadas em novos impostos. Hoje, o governo vê o mercado de carbono como uma alternativa mais viável para se precificar o carbono”. O presidente da Shell, André Araújo, também foi nessa direção: “Nós somos abertamente favoráveis ao mercado de precificação de carbono.”

Dani Chiaretti, no Valor, teve cuidado e delicadeza ao apontar contradições na posição brasileira sobre o tema nas negociações climáticas, trazendo as falas de Marcello Britto, da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), de Roberto Castelo Branco, do ministério do meio ambiente, de Ana Toni, do iCS, e de Fábio Cirilo, da Votorantim. O artigo reflete bem a complexidade técnica da discussão, porém inclui a ressalva de Amy Merrill Steen, do secretariado da Convenção do Clima da ONU:  “Engana-se quem acredita que esse é um embate legal. É um embate político”.

 

ClimaInfo, 21 de agosto de 2019.

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