Suzana Pádua e Caetano Scannavino explicaram na Folha a importância das organizações não-governamentais (ONGs), especialmente em países onde o Estado não dá conta de prestar, com qualidade, serviços à população.
Os autores abordam dois pontos importantes: a fiscalização e o fato de não serem dependentes de verbas do governo. As ONGs dependem da confiança estabelecida com doadores, colaboradores e com as comunidades com as quais lidam. Essa confiança é assegurada através da fiscalização periódica das ações, do uso dos recursos e da sua própria governança.
Quanto aos recursos, “apenas 2,7% das organizações recebem
recursos federais. Já no Fundo Amazônia, a maioria dos recursos é
destinada a órgãos públicos: 60% vão para ICMBio, Ibama, universidades e governos estaduais e prefeituras.”
Ao final, concluem dizendo que “é lastimável ver ONGs classificadas como inimigas. Recursos daqui ou de fora, intermediados por instâncias públicas, deveriam ser bem-vindos — ou pela anuência e acompanhamento dos governos ou pela soma de esforços com a sociedade para o enfrentamento de desafios que o Estado, sozinho, não consegue resolver.”
Em tempo: o embaixador do Brasil na França disse que “dá para desconfiar que tem uma agenda escondida quando você vê 300 ONGs na Amazônia e zero no Nordeste. Por que 55 milhões de nordestinos não mereceram uma ONG e os 25 milhões que moram na Amazônia mereceram 300?”. O embaixador não fez a lição de casa simples: consultar os dados. A matéria da Folha deu os dados do Mapa das OSCs (Organizações da Sociedade Civil) do Ipea. No Nordeste, há mais de 200.000 organizações, enquanto nos estados da Amazônia Legal, são metade disso.
ClimaInfo, 29 de agosto de 2019.
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