Incêndios amazônicos: o pior pode estar por vir

queimadas

A quantidade de queimadas até agora registrada é quase o dobro da registrada no ano passado. Sim, houve anos piores com períodos prolongados de seca trazidos pelo El Niño, mas estamos apenas no começo da estação das queimadas, o pior pode estar por vir.

Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, informa n’O Globo que estamos vivendo um ano tristemente excepcional: “Observa-se uma enorme sobreposição entre as áreas de alertas de desmatamento e as áreas de focos de calor (fogo) detectados por satélite. O fogo de fumaça densa e alta é típico de queima de floresta. Não se trata de uma simples limpeza de pasto, em geral caracterizada por uma fumaça mais rala e rasteira. Os incêndios florestais dependem essencialmente de dois fatores: combustível e ignição. A floresta derrubada, quando seca, é o combustível, e a ignição em estação seca é quase sempre uma ação antrópica. Não é acidente.”

Tasso conclui, não com uma explosão, mas com um suspiro: “Temos que aprender com a história. Todos os momentos de sucesso em derrubar as taxas de desmatamento – como entre 2004 e 2012 – foram forjados em um ambiente de ações compartilhadas entre os governos federal e estaduais, organizações não governamentais, o setor empresarial, cientistas e a comunidade local. Falta-nos hoje liderança para agregar. Para desagregar, está sobrando.”

O artigo de Tasso foi comentado por Tom Phillips no The Guardian.

Em tempo: a frase em itálico é a última do poema ‘Os homens ocos” de T.S.Elliot.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2019.

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