Preservar a Amazônia: um imperativo moral compartilhado

Monica de Bolle

O título desta nota é a tese que Monica de Bolle, do Peterson Institute for International Economics, defenderá hoje em testemunho que dará ao Comitê de Relações Internacionais do Congresso dos EUA.

No texto do testemunho, já divulgado, Monica afirma que “os incêndios no Brasil são um caso clássico do que os sociólogos chamam de “tragédia dos comuns”, um termo que descreve o que acontece quando os recursos compartilhados são explorados por usuários que buscam seus próprios meios de subsistência à custa do bem comum”. Segundo ela, “as sociedades sabem como lidar com esse problema: por meio da ação coletiva e da regulação governamental”.

Mas, no caso específico do Brasil, a economista diz que esta regulação tem fracassado, especialmente recentemente, “quando os órgãos públicos brasileiros que deveriam conter os incêndios provocados pelo homem foram deliberadamente enfraquecidos. Esses incêndios (…) aumentaram em número e gravidade em 2019 – depois que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse e começou a cumprir sua promessa de campanha para facilitar as regulamentações ambientais, de uso da terra e de saúde.”

Para Monica, os incêndios amazônicos são “uma oportunidade para os governos do Brasil e dos Estados Unidos pararem de negar a mudança climática e cooperarem em estratégias para preservar a floresta tropical e desenvolverem formas de usar seus recursos naturais de forma sustentável”.

Ela lembra que “tal cooperação já produziu resultados positivos. Por exemplo, há uma história de colaboração entre a NASA e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil, empregando tecnologias de ponta para monitorar o desmatamento.”

Monica diz, também, que é possível “voltar ao modelo do Brasil trabalhando com os Estados Unidos para implementar o Acordo Climático de Paris. É possível acomodar demandas concorrentes de interesses econômicos, segurança alimentar, e salvar ou até mesmo restaurar a Floresta Amazônica, juntamente com suas chuvas duradouras, para o Brasil e para o mundo em geral.”

Com Bolsonaro e Trump no poder, haja otimismo!

 

ClimaInfo, 10 de setembro de 2019.

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