O ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, assinou um acordo com a Climate Bonds Initiative, uma ONG responsável pela certificação de projetos sustentáveis. Segundo a matéria do Estadão, “a iniciativa é promissora, não só pelos potenciais benefícios diretos para a infraestrutura, os negócios e o meio ambiente brasileiros, mas por mostrar que, em meio a uma tão contraproducente vociferação ideológica sobre questões ambientais, há quadros no governo empenhados em ‘harmonizar’, nas palavras do ministro, ‘a provisão da infraestrutura com a preservação e a sustentabilidade’”.
Em tempo: a notícia acima foi divulgada quase que simultaneamente à decisão da Justiça Federal que suspendeu a licença de funcionamento da Usina Hidrelétrica Sinop. Um laudo encomendado pela justiça apontou que a morte de peixes no Rio Teles Pires, nos dias 13 e 14 de junho desde ano, foi provocada pela falta de oxigênio na água. A usina já tinha sido condenada a pagar uma multa de R$ 50 milhões por outra mortandade de peixes, no mesmo rio Teles Pires, em fevereiro. Para quem conhece o rigor dos compromissos assumidos com a captação de recursos via green bonds, a ficha corrida da infraestrutura nacional – Balbina, Belo Monte, BR-163, Brumadinho, Mariana e, agora, Sinop, por exemplo – não é muito promissora.
ClimaInfo, 24 de setembro de 2019.
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