Embora ninguém crível tivesse comprado a tese que o chanceler Ernesto Araújo apresentou na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Jamil Chade, em seu blog no UOL, foi buscar a ciência que haveria por trás desta tese.
Lembrando da tese de Araújo: “Não há um termostato que meça a temperatura global. Existem vários termostatos locais. Nos Estados Unidos, foi feito um estudo sobre estações meteorológicas, e diz que muitas estações que, nos anos 30 e 40, ficavam no meio do mato, hoje ficam no asfalto, na beira do estacionamento. É óbvio que aquela estação registrará um aumento extraordinário da temperatura, comparado com a dos anos 50. E isso entra na média global”.
Omar Baddour, chefe da Divisão da Administração de Aplicação de dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) explicou que “análises globais agora omitem de forma rotineira estações que estejam claramente expostas aos efeitos urbanos ou ajustam as tendências de longo prazo para corrigir os efeitos urbanos.” A divisão também mostrou que “na maioria dos casos, essas estações de coletas de dados não mostrariam grande variação entre locais próximos às cidades ou ao campo.”
Uma das referências no tema é o norte-americano Thomas Peterson, ex-presidente da Comissão de Climatologia. Chade escreve que Peterson “recolheu dados coletados por diferentes outros estudos em diferentes partes dos EUA e do mundo para constatar que, entre 1880 e 1998, a série cronológica de temperatura global das estações ‘não foi significativamente impactada pelo aquecimento urbano’.”
Por último, como já foi dito em vários lugares, Araújo não sabe o que é um termostato.
ClimaInfo, 07 de outubro de 2019.
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