Participantes do Sínodo preocupados com os Povo Indígenas

Sínodo

O bispo emérito do Xingu, dom Erwin Kräutler, falou ontem no Sínodo para Amazônia, em Roma: “Temos a obrigação de chamar a atenção para o descalabro e a penúria de tantas pessoas”. Segundo o Valor, “o bispo comentou que é testemunha dos impactos sociais e ambientais da construção de Belo Monte, empreendimento defendido pelo PT e desenvolvido, segundo ressaltou, sem nenhuma consulta ou cuidado com a população. ‘Foram só promessas e mais promessas. Moro lá há 55 anos e o impacto foi tremendo, a cidade é hoje uma das mais violentas do Brasil’. Dom Kräutler encontrou com o Papa em 2014 “quando expôs o que, para ele, eram os três pontos mais críticos da Amazônia: destruição ambiental, ameaça aos indígenas e falta de eucaristia. ‘Disse a ele que o Povo Amazônico está completamente excluído da realidade da igreja’.”

A filipina Victoria Tauli-Corpuz, relatora da ONU para o direito dos Povos Indígenas, também falou no Sínodo. Em entrevista a Lucas Ferraz, do Valor, ela disse que, quando se “diz que os índios têm um grande número de terras e que elas não são utilizadas, isso é muito racista, porque eles usam a terra. Eles não usam para extrair ou explorar economicamente os recursos minerais, mas utilizam esses recursos de forma sustentável. É uma discriminação contra o modo de viver dos indígenas dizer como eles devem ou não devem viver em seus territórios. Não se pode impor um pensamento ou um tipo de comportamento, isso é racismo.”

Ela se disse muito impressionada com a documentação preparada para o Sínodo. “A Igreja demonstra um verdadeiro respeito pelas espiritualidade e religiosidade dos indígenas e parece saber como atuar com eles em suas terras. Isso me surpreendeu. Os indígenas têm uma grande expectativa de que o evento realmente os ajude a mudar a situação de abandono na floresta”.

 

ClimaInfo, 11 de outubro de 2019.

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