instituições financeiras ainda tem pouca prática com a crise climática

Instituições financeiras

Um relatório sobre como as instituições financeiras francesas estão lidando com os riscos climáticos aponta que “apesar de ter havido progressos, o processo de gestão de risco das instituições financeiras ainda não integrou as mudanças climáticas de forma completa e homogênea.” Apenas 2,5% das operações analisadas se passam em áreas de alta ou média vulnerabilidade. Os setores que mais avançaram foram, não surpreendentemente, o de seguros (exceto os de vida) e o de resseguros. A matéria saiu no La Tribune. O relatório está aqui.

John Dizard, no Financial Times, escreveu um artigo divertido sobre as dificuldades que os Bancos Centrais terão em incorporar a crise climática em seus planejamentos e ações. No começo do mês, o FMI anunciou que ministros da área de economia deveriam defender e implantar políticas fiscais que ajudassem a mitigar as mudanças do clima.

Dizard diz que a primeira dificuldade é que “eles são tão impopulares que a sua participação [na arena climática] poderia reduzir, ao invés de aumentar, o apoio público às políticas progressistas.” Ao mesmo tempo, ele lembra que o FMI está aí para “emprestar recursos para [ajudar países a] cumprir os programas de ajuste a curto ou médio prazo. O clima é uma questão de longo prazo. O Fundo não foi criado para ser um credor ou investidor de longo prazo.”

Assim, o clima pode acabar virando uma boa desculpa para os Bancos Centrais usarem quando suas políticas falharem: eles podem dizer que estavam focados no problema do clima. E pedir para só avaliar “seu sucesso mais tarde, digamos uma década ou duas.”

 

ClimaInfo, 29 de outubro de 2019.

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