Cientistas deixam de assinar estudo por medo de represálias

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A Folha de S. Paulo seguiu a pista de um pequeno texto contido nos agradecimentos do estudo publicado na revista científica Global Change Biology (comentado no boletim de ontem do ClimaInfo) e descobriu que cientistas de instituições federais brasileiras decidiram não assiná-lo por medo de represálias. “Alguns colaboradores recusaram a coautoria neste trabalho para se manterem no anonimato. Lamentamos que isso fosse necessário e gostaríamos de agradecê-los por sua importante contribuição”, diz o estudo.

Jos Barlow, da Universidade de Lancaster e pesquisador da Universidade Federal de Lavras, disse que, como o estudo acaba por bater de frente com o discurso oficial do governo, alguns cientistas ficaram com medo.

A informação foi confirmada por Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade Oxford e da Universidade de Lancaster, e coautora do estudo: “Há um clima de perseguição. Dados e evidências podem gerar um descontentamento no governo.” A pesquisadora citou exemplos de servidores ambientais que foram remanejados de seus postos e o caso de Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE, que foi exonerado por Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, após defender a ciência produzida no instituto e responder aos ataques, inclusive pessoais, feitos pelo presidente Bolsonaro.

O G1 também deu a notícia.

 

ClimaInfo, 19 de novembro de 2019.

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