Como será o planeta depois de resolvermos a crise climática?

20 de novembro de 2019

A crise climática levou Jennifer Morgan, uma das duas atuais diretoras executivas do Greenpeace Internacional, a escrever um artigo tendo em mente as palavras de Einstein: “Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.”

Ela diz que é preciso abordar a crise de forma holística, ligando os pontos entre as equidades ecológica, cultural, social e econômica. Jennifer vislumbra uma revolução em três frentes que não apenas podem nos salvar desta crise, como também nos levar a sociedades mais justas, felizes e sustentáveis:

“Primeiro, precisamos de uma revolução ecológica. Temos de nos manter dentro dos nossos limites planetários. Se quisermos sobreviver, nada é mais urgente do que manter as temperaturas globais a 1,5oC e travar a rápida perda de biodiversidade (…) Temos que produzir uma mudança sistêmica para fontes de energia 100% renováveis e sustentáveis e afastarmo-nos dos combustíveis fósseis sujos, como o carvão e o petróleo, protegendo simultaneamente ecossistemas críticos como as nossas florestas e oceanos.

Em segundo lugar, precisamos de uma revolução de poder: temos de transferir o poder da elite para a maioria.

Um lugar lógico para começar a mudar esse poder está em nossa economia. Podemos fazer a transição de um modelo econômico extrativista, baseado no crescimento e orientado para o lucro, para uma economia orientada para as pessoas (…) Esta nova economia será caracterizada por processos participativos, transparência, tecnologias de código aberto e modelos de negócio baseados em cooperativas. Aqueles que criam o valor também se beneficiarão e possuirão o valor. Esta economia promoverá a distribuição equitativa de riqueza, redes sociais sustentáveis e bem-estar, e trabalhará para muitos ao invés de poucos. Ela se afastará do consumismo e de uma cultura de descarte para operar dentro dos limites ecológicos, respeitando toda a vida existente neste planeta.

Em terceiro lugar, vem uma revolução de mentalidade (mindset), onde as mentalidades sociais que têm um efeito negativo sobre nosso meio ambiente e nossas vidas diárias, tais como ‘a ganância é boa’, ‘o individualismo é melhor’, ou ‘a natureza é simplesmente uma fonte de lucro’, são substituídas por mentalidades que são essenciais para capacitar as pessoas a alcançar e manter um mundo verde e pacífico, como ‘conexão’ ou ‘otimismo’.”

Jennifer observa no artigo que esta revolução já está em andamento em muitos lugares do mundo e descreve algumas experiências. Vale a leitura.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2019.

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