Um dossiê sobre veículos elétricos

24 de novembro de 2019

Marcelo Gauto, químico industrial e especialista em petróleo e gás, resolveu estudar se os veículos elétricos são mesmo vantajosos. O resultado é um dossiê de encher os olhos!

Do ponto de vista climático, não há dúvidas: a comparação entre um carro beberrão, que faça menos de 12,2 km/l de gasolina, e um carro elétrico “movido a carvão” confirma que este último emite menos gases de efeito estufa. O artigo cita um estudo da Union of Concerned Scientists demonstrando que, nos EUA, os veículos elétricos emitem metade dos gases de efeito estufa do que um similar a gasolina, mesmo levando em consideração a emissão adicional que ocorre pela fabricação das baterias. Na China, cuja matriz elétrica utiliza muito carvão, o resultado seria pior, mas ainda assim o saldo seria positivo. No Brasil, que tem uma matriz elétrica bastante limpa, o resultado seria muito melhor.  Aqui, eles enfrentam a dura concorrência do etanol: segundo o autor, um veículo movido a etanol tem menos emissões equivalentes do que um elétrico ou híbrido na Europa. Somente um VE cuja recarga da bateria é de fonte limpa renovável supera o carro movido a etanol em relação às emissões atmosféricas.

Marcelo calculou se teremos energia elétrica suficiente para “abastecer” os VEs no Brasil se toda a frota de veículos leves do país fosse eletrificada. Resultado: precisaríamos de pouco menos de 1 Itaipu a mais para isso. E, se apenas 10% da nossa frota fosse elétrica hoje, teríamos uma redução de consumo de 6 bilhões de litros de combustíveis, considerando que a redução de consumo é linear. Neste cenário, deixaríamos de importar gasolina no país, além de sobrar etanol no mercado brasileiro.

Mas, e para o consumidor? Para fins de comparação, o autor comparou o compacto Renault Kwid, equipado com motor 1.0/12cv a combustão ciclo Otto, com seu similar elétrico, o Renault Zoe. O primeiro consome um litro de gasolina a cada 14,9 km rodados, a um custo de R$ 0,29/km. O segundo roda 5,51 km com um kWh (quilowatt-hora) de energia elétrica, a um custo estimado de R$ 0,10/km. Isto é, um terço do custo do equivalente a gasolina. Para o consumidor, o problema, no momento, é o preço do veículo.

 

ClimaInfo, 25 de novembro de 2019.

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