A fumaça dos incêndios amazônicos pode intensificar o derretimento das geleiras nos Andes a centenas de quilômetros de distância, revela uma pesquisa franco-brasileira.
O estudo, publicado na revista Scientific Reports, constatou que partículas de poeira e de carbono negro provenientes dos incêndios estão sendo depositadas na neve e no gelo do Glaciar Zongo, na Bolívia. As partículas escureceram sua superfície, acelerando a taxa de derretimento do gelo e ameaçando o abastecimento de água em toda a região.
As modelagens feitas pelos pesquisadores mostram que a fuligem e a poeira podem aumentar a fusão anual de geleiras entre 3 e 4% cada uma, ou em 6% quando ambas estão presentes, diz o MailOnline, enquanto altas concentrações de poeira podem levar as taxas de fusão a aumentarem em até 14%, observa o Independent. O principal autor, Dr. Newton de Magalhães Neto, disse ao jornal que “a queima de biomassa no sudoeste da Amazônia não pode ser considerada uma questão regional, porque tem implicações sociais em escala continental, aumentando a vulnerabilidade do abastecimento de água de várias comunidades andinas”.
Na América do Sul, as geleiras são cruciais para o abastecimento de água de algumas cidades, observa o Conversation, sendo que algumas contam com a água de fusão das geleiras para mais de 85% de seu abastecimento.
ClimaInfo, 2 de dezembro de 2019.
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