Mais petróleo, térmicas a gás e usinas nucleares a caminho

emergência climática brasil na contramão

No momento em que países e cidades decretam emergência climática, quatro notícias daqui consagram os combustíveis fósseis e nucleares.

– O país aumenta bastante suas reservas de petróleo e gás ao estender a fronteira marítima para além das 200 milhas náuticas. O Contra- Almirante Marcos Almeida e o advogado Rafael Feldmann contam, no Valor, que “pesquisas geoquímicas e geofísicas demonstram que estas novas áreas adicionais possuem relevante e vasto potencial de reservas de petróleo e gás.” E, com isso, “vislumbra-se um gigantesco potencial para todos os brasileiros, podendo gerar benefício econômico de grande escala e incontáveis oportunidades.” As perdas geradas pela crise climática obviamente não foram computadas.

– O pessoal da 350 alerta que o ministério de minas e energia está prevendo a rápida contratação de uma quantidade importante de novas termelétricas a gás e carvão.
– No Rio Grande do Sul, o governo do estado regulamentou uma Política Estadual de Carvão Mineral e a criação do Polo Carboquímico do RS para explorar a mina Guaíba de carvão mineral, que está fase de licenciamento ambiental prévio.

– Finalmente, o Valor informou que o ministro de energia, almirante Bento Albuquerque, anunciou para o ano que vem, o edital para contratar um parceiro para terminar a construção e começar a operar a usina nuclear de Angra 3. Ainda sobre o novo programa nuclear do país, João Valadares, na Folha, escreve sobre o projeto de instalar seis usinas nucleares às margens do rio São Francisco, “numa região cuja demarcação do território é requerida por Comunidades Indígenas e Quilombolas.” Sem nem entrar na discussão da energia nuclear, o local não podia ser menos apropriado. Ele fica longe dos centros consumidores e, portanto, incorre em linhas de transmissão e suas indefectíveis perdas. Fica longe até da fábrica de combustível nuclear em Resende, RJ. E, precisando de água para resfriamento, fica ao lado de uma das bacias em estado mais crítico do país – a do rio São Francisco. Só para complicar ainda mais, elas ficariam ao lado de um dos canais de captação da transposição do rio e passariam a disputar água com a população do Nordeste.

 

ClimaInfo, 3 de dezembro de 2019.

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