Negacionista da Embrapa recebe recursos destinados a combater a desertificação

desertificação no semiárido nordestino

No reduzido orçamento do ministério do meio ambiente, havia R$ 1 milhão destinado a enfrentar a desertificação no semiárido nordestino. Como relata Renato Grandelle, d’O Globo, “cerca de 1.200 municípios da região semiárida sofrem com o aumento da temperatura e o esgotamento de recursos naturais, agravados pela escassez de chuvas. Há 200 mil km² de terras degradadas, uma área maior do que o Ceará, que, em muitos locais, é considerada imprestável para a agricultura. Entre as tarefas do MMA estão o incentivo a campanhas de reflorestamento, a proteção de matas ciliares, a recuperação da biodiversidade e a identificação de áreas prioritárias para a criação de Unidades de Conservação”. Mas o ministro Salles preferiu repassar ⅔ desses recursos para a Embrapa Territorial. Grandelle conversou com o professor Humberto Barbosa, da UFAL e membro do IPCC: “Não dá para fazer absolutamente nada com os R$ 340 mil restantes”, explica. “A região semiárida tem cinco grandes vulnerabilidades: mudanças climáticas, desertificação, desconhecimento sobre a biodiversidade, falta de governança e miséria. Precisamos de verba para tudo isso. São problemas que existem há décadas, mas que sofrem justamente pela falta de planejamento, porque só são tratados por medidas emergenciais.”

A Embrapa Territorial é dirigida pelo negacionista Evaristo de Miranda, consultor preferido da bancada ruralista e membro da equipe de transição de Bolsonaro no ano passado. Uma busca rápida no Google da ligação da Embrapa Territorial e de seu diretor com o tema da desertificação não encontrou nada.

 

ClimaInfo, 4 de dezembro de 2019.

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