Áudios revelam mais inconsistências nas acusações contra brigadistas de Alter do Chão

Ana carolina Amaral brigadistas

Ana Carolina Amaral, do blog Ambiência, voltou a analisar os diálogos dos brigadistas voluntários de Alter do Chão e descobriu novas inconsistências com as acusações. Primeiro, o diálogo sugere que eles não faziam uso das doações para despesas pessoais. Em um ponto da conversa, Daniel Gutierrez Govino diz: “A Brigada tá tomando um tempo absurdo da minha vida, tá ligado? De graça, né?”

As interceptações também registram a parceria da Brigada de Alter com o Corpo de Bombeiros, através de diálogo de João Romano com Herbert, identificado como técnico da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros do Pará.

A polícia acompanhou os desdobramentos da negociação do trabalho, levantando a suspeita de que as filmagens envolveriam incêndios orquestrados, mas, após ter verificado por satélite que não ocorreram incêndios nos estados mencionados na conversa naquelas datas, o inquérito não chegou a uma conclusão sobre essa suspeita.

Segundo juristas ouvidos pela jornalista, os autos cautelares, que reúnem a comunicação da Polícia Civil com a Justiça, contêm pelo menos dois procedimentos ilegais: a falta de relação entre a fundamentação do caso e a decisão do juiz em alguns casos, como na autorização para apreensão de equipamentos na sede do Projeto Saúde e Alegria, que não é acusada no inquérito; e a falta de comunicação do juiz ao Ministério Público Estadual sobre a realização das prisões preventivas, cuja decisão deve ser submetida a consulta do MP, o que não aparece nos autos.

Conforme questionamento do Ministério Público Federal junto à Justiça, a investigação deve sair das mãos da Polícia Civil do Pará e ser transferida para a esfera federal, já que a área incendiada – a APA Alter do Chão – pertence à União.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2019.

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