Ministros de economia de 51 países se reuniram na COP25

18 de dezembro de 2019

Pela primeira vez na história ministros das pastas de economia e finanças de 51 países se reuniram durante a Conferência do Clima COP25 para “apoiar nossos governos a implementar o Acordo de Paris e atualizar as NDCs no ano que vem”, segundo o resumo feito por Kimmo Tiilikainen, ministro da Finlândia.

Daniela Chiaretti, do Valor, conversou com personalidades a respeito da reunião e da importância do papel que as finanças globais têm no enfrentamento da mudança do clima. Patrícia Espinosa, secretária-geral da Convenção, comentou: “Finanças estão no coração das nossas economias e devem estar no centro dos esforços para transformá-las. São o sangue vital de produção e consumo no mundo e têm que se transformar na semente da nova economia global”.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, afirmou que “qualquer coisa que fizermos terá que respeitar a integridade ambiental, qualquer coisa que fizermos terá que nos ajudar a implementar planos mais ambiciosos para o futuro, qualquer coisa que fizermos terá que mostrar para o mundo exterior que COP quer dizer negócios”.

Raghuram Rajan, da Chicago Booth School of Business, defendeu no Financial Times um imposto global de carbono. A base do imposto seria a emissão per capita dos países, hoje por volta de 5 tCO2e/habitante/ano. O país que emitir mais do que isso

pagaria uma taxa igual ao produto do que exceder à média pela sua população por um valor base de US$ 10 por tCO2e.

Usar a emissão per capita penaliza quase todos os grandes emissores: EUA, Arábia Saudita, vários países europeus. E exime os países mais pobres que, afinal, contribuem muito pouco para as emissões globais.

Segundo a proposta de Rajan, os recursos captados devem ser distribuídos entre os países mais pobres. Como exemplo, Rajan estima que os EUA teriam que pagar US$ 36 bilhões e a Arábia Saudita, outros US$ 4,6 bilhões. Já Uganda receberia US$ 2 bilhões.

Rajan não escreveu nada sobre o que aconteceria com a China e o Brasil, que teriam que pagar a taxa, nem com Índia, cuja emissão per capita está bem abaixo da média global.

 

ClimaInfo, 19 de dezembro de 2019.

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