Faltam 100 segundos para a meia-noite no Relógio do Juízo Final

24 de janeiro de 2020

A combinação do avanço do aquecimento global e das tensões internacionais disparadas pelos EUA de Trump fizeram com que o ponteiro do Relógio do Juízo Final ficasse o mais perto da meia-noite desde que foi criado.

Logo após a 2ª Guerra, cientistas que ajudaram a desenvolver as bombas atômicas que foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki criaram um relógio, para marcar, simbolicamente, o quão perto a humanidade estaria do seu juízo nuclear final. O ponteiro já marcou as tensões da Guerra Fria. Quando a então União Soviética se desfez, o relógio só não sumiu porque ainda restavam milhares de ogivas nucleares. E, de lá para cá, o clube dos países que detêm a tecnologia de fabricação de bombas só aumentou.

Já faz algum tempo que os editores do Boletim que publica os movimentos dos ponteiros do relógio incluíram a mudança climática como ameaça séria à humanidade. Somando as duas ameaças, eles entendem que campanhas de desinformação nas redes sociais e outros meios cibernéticos, minam as democracias e a possibilidade de a humanidade reagir. Ontem, eles avançaram mais os ponteiros, que estão mais perto do que nunca estiveram do ponto que marca a meia-noite e citaram explicitamente o Brasil, “que desmantelou políticas que protegiam a Floresta Amazônica”.

Igor Gielow, na Folha, explica o relógio e acrescenta que “a questão ambiental é um nó para a imagem externa do Brasil desde que Bolsonaro assumiu, prometendo acabar com reservas indígenas e facilitar a exploração promovida pelo agronegócio. Na conferência das Nações Unidas sobre o clima, em Madri, o governo trabalhou para o fracasso de iniciativas conservacionistas. Além disso, incêndios de grandes proporções na temporada de seca na Amazônia acabaram sendo usados como munição por países como a França para acusar o Brasil de ser o grande vilão no setor no mundo. A despeito de exageros de lado a lado, a imagem colou.”

O The Guardian também falou sobre o relógio e a meia-noite.

Em tempo: em mais uma de suas “lives”, Bolsonaro disse que o índio está “evoluindo” e se tornando um “ser humano igual a nós”. E completou dizendo que quer fazer com que o índio cada vez mais se integre à sociedade e seja realmente dono da sua terra. Claro que o presidente estava defendendo sua proposta de liberação da mineração em Terras Indígenas e de regulamentação da atividade de pecuária e agricultura nestas áreas por meio do arrendamento das TI.

 

ClimaInfo, 24 de janeiro de 2020.

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