É o PIB! 

PIB Amazônia

“Não faz sentido o valor da madeira correspondente ao desmatamento (uma fração dos R$ 1,8 bilhão da produção de toras na Amazônia, segundo o IBGE/PEVS) e da produção pecuária tradicional na região (próximo a R$ 20 bilhões) equivaler a menos de 1% do nosso PIB e essas atividades responderem pela emissão de 650 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente ao ano. Afinal, isso é mais do que as emissões em todo o país pelas atividades de transportes, energia, construção civil, siderurgia e serviços juntas (perto de 600 milhões de toneladas em 2018).”

Com estes e outros dados igualmente contundentes, o economista Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, analisa o legítimo desejo de desenvolvimento da região Amazônica sob a perspectiva da sustentabilidade em artigo no Valor Econômico.

O texto mostra que existem possibilidades de desenvolvimento com a floresta em pé, desde que haja planejamento e políticas bem ancoradas na ciência, inclusive econômica, além de envolvimento da sociedade. Com fatos e dados, Levy mostra os perversos efeitos econômicos da exploração predatória. Não se furta a falar de mineração – mas deixa claro que qualquer atividade do tipo deve se dar fora de áreas protegidas e cumprir salvaguardas robustas (exatamente o oposto do pensamento dominante no atual governo). “Só assim vamos sair da constrangedora situação de mais da metade das nossas emissões de gases de efeito estufa virem de atividades que dão uma contribuição muito reduzida para o nosso PIB.”

 

ClimaInfo, 23 de janeiro de 2020.

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