Degradação florestal é principal responsável pela perda de carbono nas Áreas Protegidas da Amazônia

degradação florestal

A degradação florestal – e não o desmatamento – é o fator responsável pelas emissões de carbono das Terras Indígenas e Áreas Protegidas de sete países amazônicos, escreve Ana Carolina Amaral, na Folha, comentando um artigo publicado ontem na revista científica PNAS.

Mais de 75% das perdas de estoques de carbono em Áreas Protegidas e Terras Indígenas da Amazônia foram causadas pela retirada seletiva de algumas espécies de árvores.

“A gente sempre imagina que o desmatamento é a grande causa da perda de carbono, mas nas áreas protegidas a degradação é maior que o desmatamento. Embora a proporção seja menor [do que as emissões de carbono em outras áreas da Amazônia], a gente precisa pensar em políticas sobre degradação”, diz Cícero Augusto, pesquisador do ISA e coautor do estudo (pre-print em português neste link).

Já no cômputo geral amazônico, a proporção das emissões de carbono é muito menor nas Áreas Protegidas e Terras Indígenas, já que 89% das emissões na Amazônia brasileira aconteceram foram dessas áreas até 2016.

A EurekAlert registrou a fala de um dos autores, Tuntiak Katan, da COICA (Congresso das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica): “Nossa pesquisa revela o que os Povos Indígenas da Amazônia estão reportando aos seus líderes. Os governos estão enfraquecendo as proteções ambientais, violando os direitos existentes sobre a Terra Indígena e incentivando a impunidade no Estado de Direito. A situação está pondo em risco a existência de nossos Povos e nossos Territórios, que contêm as florestas mais densas em carbono do mundo”.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2020.

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