O setor elétrico carrega hoje uma placa anunciando que está “em reforma” e ninguém ainda sabe ao certo com que cara será “reinaugurado”. Muito da estrutura atual é herança de um sistema há muito não mais existente: 99% de geração hidrelétrica, quase toda com reservatórios, e demanda fortemente concentrada no Sudeste. Hoje, as hidrelétricas fornecem ⅔ da eletricidade, menos da metade delas tem reservatórios, e as estrelas em ascensão são as eólicas e as fotovoltaicas.
Geoberto Santo, consultor da GES Consult, apresenta no Valor o seu retrato do estado atual do sistema e de vários dos dilemas que terão que ser enfrentados na gestação do novo sistema. Ele aborda apenas um deles: o labirinto de subsídios do setor elétrico. Este labirinto soma “R$ 21,9 bilhões em 2020, via conta de desenvolvimento energético, para custear a distribuição; ambiente de contratação livre; consumidores rurais; conta de consumo de combustíveis; tarifa de baixa renda; Luz para Todos; cooperativas; tarifa de uso do sistema de transmissão; carvão nacional; restos a pagar e reserva técnica. Na questão financeira essa soma dá 120 e só poderia ser 100. Ninguém quer perder sua parte nos 20 que sobram, mas a legislação/regulação vai ter que desagradar alguns.”
Mas Santo sequer toca em como criar um arcabouço institucional para a descarbonização do setor.
ClimaInfo, 30 de janeiro de 2020.
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