As duas caras da pecuária brasileira: muita emissão de carbono na Amazônia e no Matopiba, baixas emissões no restante do país

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A pegada de carbono de um quilo de carne na Amazônia Legal e no Matopiba passa de 150 kgCO2e, enquanto no resto país é parecida com as dos melhores produtores mundiais, por volta de 25 kgCO2e. Esses são alguns dos resultados de um estudo do Instituto Escolhas lançado ontem.

São dois os motivos por trás desta disparidade: 1) as áreas desmatadas que viraram pasto para as quais foram alocadas e a qualidade das pastagens; e 2) o balanço de emissão e remoção de carbono conforme a qualidade do pasto. Nas duas primeiras regiões se encontra a combinação de emissões altas por desmatamento e uma área considerável de pastagens degradadas.

O trabalho também levantou o montante de subsídios recebidos pela cadeia da carne entre 2008-2017, somando renúncias fiscais, créditos subsidiados, anistias e outras benesses. A conta deu mais de R$ 12 bilhões por ano. Por outro lado, a arrecadação de impostos da cadeia no período foi um pouco maior – cerca de R$ 15 bilhões. Ou seja, para cada real arrecadado, o governo gasta 80 centavos. Na economia como um todo, esta proporção é de 20%.

O estudo inovou ao analisar toda a cadeia da carne, como diz o título, do pasto ao prato. Como é de praxe nos estudos do Escolhas, as diferentes turmas de interesse podem querer puxar os números para um lado ou outro, mas não podem mais dizer que estes números não existem.

Os trabalhos, apresentações e sumários podem ser baixados do site do Escolhas. A notícia e comentários tinham saído, até o final da tarde de ontem, no JC1, da TV Cultura, no Dinheiro Rural e no site do Terra.

 

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2020.

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