O SAD-Sistema de Alerta de Desmatamento do IMAZON, soou a sirene: aumento de 74% no desmatamento e impressionantes 1.382% na degradação, destacados pelo UOL. A área desmatada na Amazônia Legal em janeiro de 2020 totalizou 188 quilômetros quadrados (foram 108 quilômetros quadrados em janeiro de 2019), distribuídos entre Pará (28%), Mato Grosso (26%), Rondônia (15%), Amazonas (13%), Roraima (13%), Acre (4%) e Amapá (1%). Já as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 163 quilômetros quadrados em janeiro de 2020 (contra 11 quilômetros quadrados em janeiro de 2019), distribuídos entre Mato Grosso (78%), Pará (15%), Rondônia (2%), Roraima (2%), Acre (1%), Amazonas (1%) e Tocantins (1%).
O IMAZON define desmatamento como o processo de realização do corte raso, removendo completamente a vegetação florestal; já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira, ou ainda por incêndios florestais.
No primeiro mês deste ano, a maioria (66%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (21%), Terras Indígenas (11%) e Unidades de Conservação (2%).
Em tempo (1): enquanto isso, no Congresso, deputados se articulam para barrar novas tentativas de facilitar a destruição da Amazônia. Segundo o Congresso em Foco, um grupo de parlamentares, incluindo a deputada federal Joenia Wapichana (Rede/RR) e líderes da oposição, pediu para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), devolva por inconstitucionalidade o projeto de lei nº 191/2020 que regulamenta a mineração em terras indígenas sem o consentimento dos seus habitantes. Em editorial neste sábado (15), a Folha de S. Paulo também destaca a inconstitucionalidade do projeto. Já o Direto da Ciência relata a decisão do deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP) de recorrer ao Supremo Tribunal Federal se a MP 901, que visa transferir Terras da União aos estados de Roraima e do Amapá, for aprovada com os dois ‘jabutis’ que recebeu para favorecer o desmatamento.
Em tempo (2): segundo o Opera Mundi, no texto apresentado nesta quarta (12/02) com as conclusões do Sínodo da Amazônia, o Papa Francisco diz que “as operações econômicas, nacionais ou internacionais, que danificam a Amazônia e não respeitam o direito dos Povos Nativos ao território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio, há que rotulá-las com o devido nome: injustiça e crime”.
Em tempo (3): se depender do Reino Unido, o desmatamento terá lugar de destaque na COP26. Segundo o Guardian, o governo britânico pretende lançar na conferência climática do final deste ano uma coalizão de países em desenvolvimento para combater o desmatamento e o comércio ilegal de madeira.
ClimaInfo, 17 de fevereiro de 2020.
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